sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A estrada... E a solidão!




Sempre leio por aí que concurseiro é um sujeito solitário, mas só entende bem essa solidão quem, de fato, é absorvida por ela.

Concurso não é uma decisão tão simples como escolher um milk-shake de chocolate, ao invés do de morango; Vem de um desejo interno de conquistar algo que é sólido, vem da vontade de querer conquistar não só a estabilidade financeira, mas da satisfação pessoal. A gente projeta toda nossa vida a partir dessa realização e por mais sozinhos que possamos parecer, deixamos em nossas costas, nossa mente e em um cantinho do nosso coração, as pessoas que nos motivam a nunca desistir. Olhamos pra nossas dificuldades, para as delas e na nossa balança interna se equilibra os nossos sonhos com os sonhos daqueles que amamos.

Com isso, nossas projeções e empenhos tornam-se bem maiores; maior até do que achamos que somos capazes de aguentar. Mas a gente consegue, porque concurseiro descobre uma força interior que é inabalável, mesmo que a gente tenha alguns tropeços no caminho, que não passe em muitas provas. Internamente, sabemos quando estamos preparados e quando merecemos, enfim, a nossa chance. É por isso que essa “classe” nunca desiste e tenta, tenta, tenta... Até conseguir.

Mas esse caminho, esse percurso... Nossa! É cansativo, é estressante e eu diria que é um divisor de águas em nossas vidas; pelo menos tem sido na minha.
Tem sido um período de recolhimento – forçado, mas consciente. Eu não fui influenciada por ninguém, a decisão foi toda e exclusiva minha. Não reclamo da exclusão da vida social, de nada do tipo. Digo que foi forçado apenas porque não é um desejo espontâneo, mas necessário para um bom desempenho nos estudos e, consequentemente, nas provas.
Mas, como TUDO na vida tem seu lado positivo, tem sido uma experiência bacana observar o comportamento das pessoas quando você resolve mergulhar nesse mundo de concurso público.

Pra começar, todo mundo lhe dá apoio – em palavras. Jorram palavras de que será bem sucedido, de que você é merecedor somente de coisas boas e logo conquistará sua vaga. Daí, elas começam a demonstrar “interesse”, sempre perguntando quando será a próxima prova, se esta preparada (como preparação viesse da noite para o dia), se tem estudado bastante (...) e, alguns, começam a mandar mensagens motivacionais etc. A princípio, tudo isso parece acolhedor, mas, bem no fundo, eu não conheci ninguém que saiba lidar com esse processo. E, antes que fiquem chateados comigo, EU ENTENDO VOCÊS! Assim como MUITA coisa na vida a gente só entende quem passa, só entende nossos medos, anseios, dúvidas e solidão, quem faz parte disso diretamente, ou seja, quem estuda para concurso público.

Quem precisa ficar horas por dia isolado no quarto vidrado nos livros, no computador assistindo aulas on line ou baixando provas, nas bibliotecas pesquisando livros, nas salas de cursinho e... Distante das festas, das baladas, dos barzinhos, dos shows, da vida que acontece lá fora.

E, aos poucos, as pessoas ali de cima que antes perguntavam algo, continuam fazendo apenas isso, perguntando. E à medida que a prova vai se aproximando e elas continuam falando as mesmas coisas vão criando um quase pânico, um medo de frustrar as expectativas alheias. Aí, na verdade, depois de uma longa e complexa reflexão, você se dá conta de que as expectativas que vai frustrar são, na realidade, as suas. Que o que dá medo é de perder a credibilidade diante dessas pessoas que tanto perguntam; porque elas esperam que você passe. Simples assim. Mas você sabe que não é tão natural assim, que o que você precisa administrar, além do conhecimento, é muito maior. E se depois de tanto esforço não consegue, dá aquela sensação de mergulho profundo, de cabeça, em rio raso.
E o que vem depois se resume a um: “É assim mesmo, continua estudando que você passa” ou “Não fica triste, não vai adiantar”.
Cara... Toda sua dor e tempo dedicado a algo que não veio se resume a apenas isso? L

Eu sei que é difícil falar as coisas certas nessas horas, que confortar não é habilidade de quase ninguém. Mas aí é que esta o “ponto” principal, que aprendemos “na marra” nesse período de devoção aos livros; Não precisa falar nada. A gente fica cansado demais disso, afinal, só o que vemos/lemos, são isso.

O que a gente (eu) precisa, é justamente que nos desliguem um pouco. Nosso mundo passa a girar em torno disso; a nossa eventual companhia será nossa válvula de escape. (Pausa no texto para explicar e evitar problemas: a intenção NÃO é usar ninguém. Mas assim como todo mundo precisa de um momento pra relaxar, tentamos ter o nosso. E se você foi contemplado a dividir esse precioso (pouco) tempo, faça valer a pena!)

Eu tenho uma amiga que às vezes me desliga do mundo. Ela quase não liga, porque sabe que vai interromper meus estudos. Mas quando eu pego meu celular para ver a hora ou programar meu relógio, eu vejo um SMS com alguma lembrança simples; “Oi, boa tarde! Saudades!” E gente... Vocês não fazem ideia do quanto isso faz a diferença! Alguém preocupado com você somente, não se você esta fora de conexão comendo algum livro. Outro dia ela insistiu na ligação e atendi, achando que poderia ser algo sério. Foi quando ela disse: “Estou indo aí. Eu sei que você esta estudando, mas também sei que você precisa de alguma coisa... Mas não sei o que. Então eu posso ir só pra te dar um abraço e um bombom?”. Eu não a deixei vir, porque eu havia assinado um site para assistir umas aulas on line e bem naquele dia eu teria a aula que eu mais precisava assistir (o universo conspirando contra nossa socialização), mas sempre que eu lembrar disso,  eu SEMPRE vou chorar.

Isso é uma falta constante e eu não culpo as pessoas por isso. Entender a necessidade da outra pessoa sem que ela fale nada é algo difícil mesmo. Principalmente se você não sabe interpretar as entrelinhas... Tem que conhecer muito e estar muito aberto para só receber os sinais e interpreta-los da forma correta. Ou também mergulhar no mesmo mundo, porque aí você vai descobrir.
Eu gostaria pra caramba de fazer um “manual” pra você, que não é concurseiro, lidar da melhor forma com alguém que é. Mas eu não tenho como fazer isso... Tenho medo de acabar postando informações que podem soar pessoais demais...
Mas, tenho algumas dicas;

Em hipótese alguma faça alguma crítica, do tipo “sai desse quarto, você só estuda!”. Não lide de maneira superficial com algo que é para nosso futuro, que é nosso sonho. Todo mundo tem o direito de não concordar, porque nem todo mundo projeta a mesma coisa na vida... Mas isso não dá a ninguém o direito de desrespeitar o outro;

Se você gosta muito de uma pessoa que esta prestes a fazer uma prova, seja ela amigo(a), namorada(o),esposa(a) etc., e puder preserva-la de suas sensacionais baladas no Barra Music, é uma GRANDE demonstração de carinho... Ela(e) esta presa e, ainda que seja uma escolha, não significa que ela(e) fique 100% feliz tendo que abrir mão de tudo por um tempo indeterminado. Entendam: Ninguém precisa se isolar por ninguém, não é isso! Mas postagens e comentários em excesso causa insegurança a quem não pode acompanhar e, quando não, cria aquelas expectativa de querer participar, aquele medo de estar mesmo se isolando demais. E o que gera dúvida, gera dor.

Releve o tom de voz às vezes áspero e cansado, a aparência de zumbi, a falta de entusiasmo... Estudar várias horas por dia, meses, ano, como eu disse, é desgastante, cansativo e estressa muito. Em 90% vai depender de você, como eu também já disse, tira-la desse tédio, mas você só vai conseguir se souber ter bom humor e muita, muita paciência. Leia paciência 30 vezes para ter a dimensão da coisa!
Ou seja... Já ficou mais do que claro de que para lidar com um concurseiro, só gostando muito. Não é tarefa para qualquer um, não! São raros os amigos, namorados e até parentes que suportam tudo até o “fim”, sem se afastar, terminar, brigar, cobrar, reclamar etc.. São muito raros!

Mas tem uma coisa; do mesmo modo que a gente quer respeito e compreensão, a gente entende perfeitamente esses que não são raros (a grande massa) e que abandonam o barco e vão embora. E deixam a comemoração só pra gente. É, vida solitária! ;-)



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mudaram as estações...

Que nostalgia é essa que vem me tirando dos eixos e mudando meu foco?
Nostalgia bipolar; ora me deixa feliz, ora parece querer colocar 24 anos de peso em minhas costas e me obrigar a caminhar, mesmo sentindo dor. 

Lembranças tão firmes que eu fecho os olhos e me remeto tão imediatamente àquele espaço, que parece que eu fui plantada ali. Eu vejo aquele número enorme de pessoas com blusas brancas com mangas azuis e shorts azuis correndo, andando, todos falando ao mesmo tempo. E eu ouço as vozes, sinto o cheiro dessas pessoas, revivo diálogos e sinto raiva daquele uniforme horrível e do quanto eu parecia ser bem mais nova com ele. 

Eu sinto minhas pernas subindo as escadas, eu sento naquela cadeira que acoplava uma meda e vejo meus sonhos, porque era ali que eu desenhava eles... Então eu penso que eles ficaram presos ali, que eu esqueci de guarda-los no coração quando apaguei para que nenhum professor achasse que fosse cola. Eu passei a borracha confiando na minha memória. E hoje, só tenho ela. 

Veja isso, desde tão nova tentando ser correta... E sempre falhando nas tentativas. 

Eu levanto a cabeça um pouco, e vejo o sorriso sarcástico da Adriana. E agora eu penso: Por que durante todos esse anos eu esqueci de você e do modo como você sorria pra mim? Era sempre nas aulas de português; a professora tinha birra comigo, e era recíproco. Não sei bem quando começou, sei que nossa relação dava choque, mas, internamente, divertia a mim, a ela, e a todo mundo. E fazia com que a Adriana se virasse toda vez que ela entrasse e soltasse aquele risinho frouxo, esperando algum atrito, alguma ironia, alguma coisa que a tirasse do tédio. Eu já carregava a responsabilidade de ser o Teatro de todos. E nossa, eu desempenhava tão bem esse papel que acreditava que era apaixonada por ele. 

Quando foi que eu deixei de ser o centro das atenções e não percebi? Quando foi que eu passei a odiar todo mundo olhando pra mim? De repente, quando eu perdi aquele jeito da Adriana. Quem foi que disse que agora que eu recordei, eu quero substituir? 

Quando ela se virou pra frente, eu olhei pro lado e o Diego estava lá, olhando pra mim, como sempre. Nós já nos encarávamos havia tantos anos... Cerca de 5, mais ou menos. Mas, agora, nessa 6ª série, a melhor da minha vida, ele me olhava como se não me reconhecesse. Eu havia perdido aquele ar de menina centrada, que só queria ler, ler, ler e que fazia as redações de todas as meninas que sentavam no fundão da sala. 

Eu já chegava atrasada, pedia para ir ao banheiro para "voar" pelos corredores e sim, eu brigava com a professora. E quando o Diego dava aquele olhar de reprovação para mim, eu ficava com vergonha. Era o único que me deixava com vergonha. Eu queria ser amiga dele pra sempre, mas eu não podia ser a mesma para sempre, mesmo que ele ainda fosse... Mas eu não sabia dizer isso e deixava ele pensar que já não era mais importante pra mim.

Eu procurava, então, o Herivelt ao meu lado  para que ele me contasse as suas histórias sem noção ou de terror, pra eu esquecer que alguém me fuzilava ali. E o Herivelt fazia meu coração bater mais forte, foi a primeira relação de amor e ódio que eu tive. É, na ordem inversa. Quando eu o vi pela primeira vez, 3 anos antes, eu o odiei. Com o tempo e suas histórias bizarras (que no início eu fazia questão de contrariar todas ), fui me rendendo. Era quem eu conversa por horas. E um dos que eu mais sinto falta hoje. 


O Ian, Cristiano, A Michele, as gêmeas Simone e Simoni , A Daiana, o  Michel eram meus fiéis companheiros de aventura, dentro e fora da sala. Conversas dentro dela, fora, no recreio, brincadeiras, músicas e minha casa depois das aulas. O Ian, meu melhor amigo!  Vocês são lindos hoje em dia! São tão parecidos com o que eram quando éramos crianças... Tudo bem que hoje só Tenho contato com Ian, Cristiano e, muito esporadicamente, com a Michele, mas conheço o rumo das vidas do Michel e Daiana, e sei que estão bem. As gêmeas, que presente seria te-las de volta na minha vida... Mas se mudaram pra Curitiba e a falta de meios de comunicação da época não nos permitiu contato. Com um pouco de fé, esse humilde blog chegará até elas... 

A verdade é que nessa época eu era uma das garotas mais populares da escola inteira- se não a única. Estudava lá desde as fraldas e até os diretores buzinavam quando me viam na rua. O inspetor abria minha garrafinha de refrigerante e a coordenadora me paparicava como seu eu fosse filha dela. Eram horas de afagos nos cabelos... E aquela escola era minha fortaleza, nada nem ninguém ia me fazer mal ali. 
E todos que encontravam comigo pelos corredores, me beijavam e abraçavam. Eu entrava nas salas das séries mais avançadas que a minha e dominava tudo. Eu era o xodozinho de todo mundo. Tinha "mãe", dezenas de "irmãs", "primas". 

E eu era a pessoa mais feliz do mundo ali, porque era só ali que tudo era perfeito na minha vida. 

E foi no dia 30/09/2012, 09 dias atras, que tudo voltou a tona. Estava na casa da minha amiga e comadre, Renata, que eu conheci nessa escola, quando ela estava tentando me mostrar um novo caminho para ir embora. Ela então soltou uma palavra mágica: "Lembra onde mora a Suellen?"

Nossa. Parou, mundo. Suspiro. Arrepio. Sorriso. Saudades. "Eu não lembro onde ela mora", eu respondi. Mas eu lembro perfeitamente do sorriso mais lindo que eu já vi em alguém. E do modo como ela me olhava por cima, tão maior que eu. E do olhar que sorria junto. E do abraço de irmã. E aí que eu não paro de recordar isso tudo e o que eu mais queria agora era recebe-lo de novo. Bom, eu posso acha-la ainda, porque a Renata sabe onde ela mora... Mas será que ela lembra de mim? Será que eu marquei a vida dela assim também?

Vou descobrir, qualquer dia desse... Mas, caso contrário, esse comentário que minha amiga fez e todas as lembranças que a Suellen me trouxe, serviram para me mostrar o quanto eu era feliz, o quanto me sentia amada e protegida. E eu quero sentir isso de novo.

Se eu não puder ter essas pessoas de volta me dando tudo isso, eu preciso conquistar algumas que assumam esse papel com tanta naturalidade e disposição que eles faziam. Sem obrigações, cobranças, truques, trocas e interesses. 


E agora eu preciso mais do que nunca, porque eu regressei... Voltei a ser a menina centrada que só quer ler, ler, ler e que ainda faz redações pra meninas que tem preguiça. Só que agora a vida não tem mais recreio, nem sabor de lanche, nem escola, nem... 

Mas que eu ainda consiga torna-la doce e digna de recorda-la daqui alguns anos com a mesma emoção que a minha infância me traz.

E obrigada, Suellen. 
Espero que esteja sempre sorrindo. 





segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"Curti, vou compartilhar no Facebook! " Via @PessoasSemNoção




Já faz um tempo que eu venho sentindo uma enorme necessidade de desabafar sobre a atual fase das redes sociais. 

É óbvio que, apaixonada por Comunicação, e por fazer parte de alguns sites e blogs, eu entendo a importância dessas mídias e não é sobre isso que vou questionar. 

O que me incomoda é o modo como as pessoas que não as utilizam para o Trabalho, se comportam tendo-as como simples lazer. 

De uns tempos para cá tem sido muito difícil manter-se em algumas. Se não fosse a possibilidade de estar sempre em contato com amigos distantes e das trocas positivas (que são poucas, mas existem), eu já teria desistido de todas elas.

Eu sei que, pela galerinha da "moda", eu devo ser vista como a usuária chata dessas redes. Eu não exponho minha vida pessoal tão fácil assim... Não faço questão que as pessoas saibam onde estou, o que estou fazendo e quem são as pessoas que estão compartilhando cada momento comigo. E são vários os motivos; 

- Primeiro porque acho que alguns desses momentos devem ser preservados e  porque as pessoas que estão nele podem não querer ser expostas; 

- Internet não é rede 100% confiável e até minha prima de 10 anos discursa sobre isso. Ela, inclusive, não cria mapas dizendo onde fica as casas das amiguinha que ela frequenta, nem posta fotos de quanto ela ganha de mesada ( Estou citando esses exemplos que parecem bobos, porque eu vejo pessoas fazendo exatamente isso. E não, elas não tem 10 anos ).

 Sempre que eu falo sobre isso, algumas pessoas (em maioria, essas que postam coisas sem noção), justificam dizendo que Rede social é entretenimento, e que elas tem o direito de postar uma vaca fazendo xixi, se assim desejarem. Ok, eu não estou aqui para interferir na vida virtual de ninguém. Só que, se eu faço parte do grupo de amigos dessa pessoa, eu posso - e tenho tanto direito quanto ela que postou - de não gostar de ver a imagem de uma vaca em um momento de tanta intimidade. E é aí que cria o desconforto virtual. Quando o indivíduo não é assim tão próximo, um bloqueio é uma ótima solução. Mas o problema é que, muitas vezes, pessoas que adoramos revelam-se chatas demais com essas postagens... Idiotas. 

E quando você pensa que não vai piorar, eis que uma alma abençoada lança o Instagram. E todos os usuários confundem a rede com um cardápio de restaurantes. É um tal de tirar foto de  TUDO que come, que eu passei a desejar que fosse possível se alimentar só com a visualização dos alimentos, sem precisar engodar ingerindo-os. 

Outra coisa que me deixa perplexa é a quantidade de informações sem procedência que as pessoas repassam. Coisas como "Voto nulo anulam as eleições", "se compartilhar essa imagem vai ganhar um Iphone",  "a  cada compartilhamento essa criança recebe 0,05"...  Com um pouco mais de atenção ( e informação), dá para perceber que são boatos que alguns usuários desocupados espalham por aí e, uma vez divulgado, torna-se responsabilidade de todo mundo que permitiu que as falsas notícias ganhassem notoriedade.

Para que compreendam meu cansaço em acompanhar tudo isso, vou detalhar aqui, sem citar nomes, óbvio, uma coisa que eu vi/li no meu Facebook; 

Um casal resolveu namorar no Motel. Como eu sei disso? Porque eles publicaram fotos no Facebook.  FOTOS ?! É isso, pessoas. Entre TANTAS coisas que se pode fazer em um local como esse, abriram espaço para... Tiras fotos. Dane-se a roupa, a calcinha, a cueca, o clima, os beijos, a hidro. E pior é que ainda tentaram dizer que a noite havia sido boa, mas eu não acredito nisso. Cara de pose para fotos não é a mesma cara de quem estar feliz por ter tido prazer. Não é! 

Além do casal bizarro, umas das coisas mais chatas são as indiretas que as pessoas postam querendo atingir todos os desafetos de uma vida inteira. Vale tudo, inclusive chegar a pretensão de achar que após o projeto "verão 2012" vão poder cantar "Baba, baby" para quem os deixou. 

A verdade é que a maioria tem uma grande necessidade de se mostrar. E, geralmente, não mostram o que verdadeiramente são, mas o que é supostamente bem visto por quase todos. Sentem necessidade de mostrar sorrisos em fotos e uma vida social ativa, objetos caros e modernos que adquiriram, lugares badalados por onde passou. Todo mundo, pra se sentir aceito, quer mostrar que é foda, com perdão da palavra. E que é legal, descolado, bem sucedido, sem preconceitos, sem pudor (mas religioso nos minutos em que fica em off ). 

Eu fico imaginando que essas pessoas, talvez,  sejam reprimidas em casa, no Trabalho ou tenham sido na  infância. Que elas passaram a vida inteira tentando, sem sucesso,  mostrar que estavam ali e que eram legais. De repente elas queriam ser populares, mas nunca tiveram a chance. E, querendo ou não, a internet parece democrática. Quando você se expõe, todo mundo vê. Todo mundo tem a chance de comentar, curtir, compartilhar. Se antes alguém pertencia somente a um grupo seleto de amigos, se vê sendo observado pelo seu número de amigos virtuais, mais os do amigo, do outro amigo, e por aí vai.  E eu acho que é daí que nasce a necessidade de postar as coisas mais toscas do mundo, pra tentar se manter no nível que os outros usuários gostam. 

Eu não tenho a pretensão de criar um manual de boas maneiras, porque isso vai do bom senso de cada um. E também não significa que eu só coloque na rede coisas ultra legais e cultas, eu sei que é bom descontrair as vezes. Mas parto do princípio que é possível fazer isso de maneira leve, sem cansar as pessoas. 

Com toda humildade, gostaria de postar um  "Fica a Dica" :


Vocês podem achar que ir ao shopping assistir o filme que lançou é um mega evento, mas, acreditem, não é; Assim como fazer compras, limpar a casa, dar banho no cachorro, recolher as roupas do varal... Sou do tempo que isso era do cotidiano, responsabilidades de casa. Não eventos! 

Tirar foto com cara de bêbado, sem camisa na balada, dando dedo do meio... Não é bonito e nem o torna atraente pra ninguém; 

Não me interessa saber que você comeu bife com batata frita no almoço. A não ser que tenha sido em um restaurante novo, a comida seja maravilhosa e esteja postando pra recomendar o local. Boas sugestões são sempre bem vindas!

Brigou com namorado(a), esposo (o), ficante, amante? Suas queixas on line não vão servir como desculpas, nem como sinal de maturidade, PELO CONTRÁRIO. O pouco que eu aprendi na vida, foi que "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher". Então, para de permitir que as pessoas imaginem coisas e conheça suas relações. Desavenças são resolvidas entre quatro paredes e as únicas testemunhas do casal devem ser os móveis da casa. Definitivamente, pra relacionamento não existe platéia, então não força; 

Isso vale para brigas entre amigos e familiares também. Quando a gente gosta e considera alguém, chama pra conversar olho no olho, porque também é uma maneira de demonstrar toda mágoa. E a maneira mais sincera, sabia? O olhar diz muito e você consegue atingir o seu objetivo muito mais rápido: Consegue sensibilizar! E ainda ganha um bônus maravilhoso: Se ficar tudo bem na hora, ganha um abraço!

Comprou qualquer objeto de valor e esta se gabando por ser "ultra moderno" ? Tenho uma notícia pra te dar: Você é um idiota.! :-)   Porque, meu bem, tecnologia hoje é descartável; enquanto você posta uma foto, outro item fodástico é lançado no mesmo instante, logo, o seu já deixou de ser o objeto-desejado da maioria. E, quer um conselho? Se ficar tentando obter tudo que é lançamento pra satisfazer seu próprio ego e exibir para quem nem se importa com você, vai conseguir uma falsa sensação de status, mas de pessoas que dão valor ao que você tem, não ao que você é. E, por favor, se é do tipo que gosta de exibir, não fica depois postando que odeia inveja, olho gordo, falsidade etc. Você esta atraindo isso para sua vida. Simples assim. 

Não vou me estender muito, embora tenha muuuita coisa pra comentar. Pra finalizar, não é bem uma dica, mas um apelo:

Eu não sofro de amnésia, gente. Eu tenho calendário em casa, no celular, no computador. Eu não preciso ser avisada que o domingo esta acabando, que a segunda ta chegando, que a sexta finalmente deu seu ar da graça e que sábado esta aí pra você beber horrores.  Vamos parar com essas postagens chatas, pelaamor! A semana inteira isso, desde que o Facebook foi criado.

Vamos colaborar para uma convivência virtual mais legal, sem tantas baboseiras. E, acima de tudo, não vamos esquecer que a vida é muito mais divertida quando há social na rede, ao invés do contrário. E em off!  ;-) 










sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Passo a passo

Se é gentil, me encanta;
Se me encanta, me faz sorrir;


Se me faz sorrir, me ganha;
Se me faz dar gargalhadas, torna-me feliz em instantes; 


Se me causa arrepios, me prende;
Se o beijo me faz ter a sensação de voo livre, me conquista;


Se faz sexo, me intriga;
Se faz amor, eu me rendo; 


Se me abraça, eu me sinto bem;
Mas se o abraço é daqueles apertados, acolhedor, demorado e forte, me sinto protegida;


Se me sinto protegida, não quero sair dos braços;
Se não sair dos braços, invento uma dança;


Se danço, quero olhar nos olhos;
Se olho nos olhos, quero ver ternura;


Se vejo ternura; quero ser cúmplice;
Se sou cúmplice, meu pensamento é seu;


Se meu pensamento é seu, quero você pra mim;
Se quero você pra mim, é pra resgatar os instantes de felicidade que me deu me trazendo gargalhadas e devolver em doses extras de confiança, paixão, tesão, carinho, amor, fidelidade, sonhos e realizações.


Se meu objetivo é todo esse, é... Eu estou apaixonada. 


E apaixonada eu sou romântica, quero libertar todos os medos, realizar todos os sonhos, quero beijos e abraços em noites vazias, sem diálogos, salvando nosso tempo... Quero tempestades com reconciliações intensas, quero juras, mas quero acreditar no que ouço. 


Quero espaço pra me doar, me dar de corpo e alma, balançar as estruturas, bagunçar o que horas antes havia arrumado. E fazer o encaixe perfeito depois. 


Apaixonada eu gosto de tudo que é paradoxal; Dos extremos,  dos tapas e beijos, do perfil doce para o instinto devassa, mas tudo com muito carinho. Como de ver ser. Com ternura, como deve ser. Olho no olho.   Lágrimas. Arrepio. Emoção. Entrega. Domínio. Ora eu, ora você. Ambos. Ao mesmo tempo. Contra o tempo, no tempo... No mesmo ritmo, na redenção. 


Eu sempre me apaixono por quem me tira dos eixos. Ou será que eu me apaixono pela sensação de sair do controle? Acho que, na verdade, eu me apaixono por tudo que é intenso demais. 
Aquilo que chega com uma tsunami, quando eu já havia jurado que não ia mais me permitir. E aí vem um olhar tão carregado de mágoas quanto o meu e se encontram, conversam, se entendem e se consolam. E se cuidam. E permanecem. De mãos dadas até o pôr do sol, abraçados no inverno, trocando passos na areia da praia, com sorrisos felizes.


O que vem a partir da paixão?


Bom, o cuidado constante pra se manter a relação e eleva-la ao nível que todos buscam chegar: " A mais esplêndida emoção, o amor... "  (8)


Mas não é uma regra; nem o produto final e nem minha narração de como funciona uma paixão... Sinceramente, já definiram melhor do que eu.


Um colega, por exemplo, analisando letras de música cruzou tubarão com paixão. Qual a relação?


Bom, basicamente a nossa... A que a geração que tatua símbolos do infinito no punho vive.


Tubarão: Ataca rápido.
Paixão: Acaba rápido. 




Mas já que falamos de música, então, particularmente, vou crer que;


" Nossa história não ficará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar. 
E até lá, vamos viver. " (8) 



*Resgate do blog, quase 1 ano depois! Rs.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Truques da Vida

Apenas sete dias de muita reflexão e alguns acontecimentos foram o suficiente para eu perceber que se eu não me despir de certos medos, vai ser difícil enfrentar mais um ano que parece ter sido “encomendado” exatamente para me testar.

Eu já falei e escrevi diversas vezes que eu não gosto da sensação de estar perdendo o controle. De fato, agora eu sinto que não estou. Desde que eu ouvi uns conselhos de que a impulsividade, característica nata minha, é a grande responsável por algumas catástrofes, tenho tido mais cautela na hora de decidir e prosseguir com algumas coisas. Com algumas. Geralmente aquelas onde não é necessário colocar nenhuma gota de sentimento...

Eu sei que “eu devia ouvir meus amigos e tentar ser indiferente, dizem que a indiferença é o que mata de verdade” para frisando uma música de Ruanitas, mas nesse momento eu estou mais para Juliana Farina; “E eu sentir medo de você / Medo de te perder /Ao ponto de esquecer até de mim / E eu sentir medo de voar / Medo de te amar / Depois saber que isso tenha um fim.”

Por mais que eu não esteja vivendo a música, eu conheço bem essa sensação... E ter medo do medo, embora a sensação de impotência seja mil vezes pior, chega bem próximo do desespero, da estagnação, da disperção.

Eu tenho refletido isso desde que eu li um texto da Márcia Tiburi, por indicação da minha amiga Rafaela, no qual falava justamente disso – O medo do medo. Relembrei certos acontecimentos, meus e de pessoas próximas a mim, e vi que é tão comum, que nem sabemos que lidamos com isso.

Muitas vezes deixamos de falar ou demonstrar algo por medo da repercussão disso, da falta de compreensão das pessoas, das consquências que teremos que enfrentar... Mas quando não falamos estamos sempre fadados a nos arrepender.

Mas não falar é apenas um primeiro sinal. As vezes deixamos de agir, manipulamos certas situções e evitamos que as coisas aconteçam por não saber como lidar com o depois.

As vezes, simplesmente deixar rolar não esta nos planos... É difícil contentar-se com o superficial quando já experimentamos a profundidade das coisas. E lidar com a instabilidade, principalmente das pessoas, acaba nos jogando nesse abismo do medo.

O medo de perder o controle;

O medo de se decepcionar;

O medo de não ser correspondido;

O medo de ser correspondido e ter que mudar os planos, adaptar-se ao novo;

O medo de mudar os planos, se adaptar e perder;

Recomeçar da medo...

As pessoas são como fanstamas e assombram o pensamento com julgamentos, críticas, opiniões, sarcasmo, intolerância, egoísmo, vaidade... Se já esta difícil lidar com o próprio “eu”, com os outros, então... Dá medo.

O discurso final de post como esse sempre termina com um “é necessário vencer os medos, encara-los...” O problema é que na prática as coisas não funcionam como gostaríamos e isso dá...

Pensando, as vezes tentando não pensar tanto assim, ora eu deixo que o tempo ajeite tudo e ora eu tento mudar a minha percepção sobre as coisas. A segunda opção é que mais faz ter coragem para encarar tudo e mudar alguma atitude ( ou falta dela) que tenha provocado decepção e mágoa em mim (e em alguém).

Uma das lições que eu aprendi e tento aplicar na minha vida é que “Só perde quem não corre atrás, quem não joga o jogo por ter medo de errar.” Foi a Sandy que “ensinou” isso, na música dela “Quem eu sou”. =)



"Nunca tive medo de me mostrar. Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes. Mas você ta vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho." (Cazuza)



* Truques da Vida, do título, é também o nome da música da Juliana Farina que eu citei.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O direito de ficar sozinha

Várias vezes, em alguns sites ou programas de TV, repórteres questionam artistas que saíram sozinhos para ir ao cinema, Teatro etc., como se isso demonstrasse solidão, fracasso ou algo assim.


Eu olho de outra forma; admiro as pessoas que não se submetem a busca desesperada por alguém e sabem aproveitar a própria companhia. Isso, ao contrário do que parece, mostra desapego em um sentido bom – Mulheres e homens bem resolvidos que saem em busca de diversão, mas não precisam necessariamente estar acompanhados para apreciar a beleza de um lugar, uma boa comida, uma arte.


A beleza desses momentos, muitas vezes, esta justamente na simplicidade, no ato de poder olhar sem pressa, questionar, escolher unicamente o que nos dá prazer, sem preocupação com as pessoas a nossa volta. Essas, muitas vezes, não entendem o que precisamos, não estão com paciência ou simplesmente mantém o foco em outras coisas. O que é perfeitamente aceitável, cada um escolhe o que é mais interessante – E aí entra o NOSSO direito de querer curtir um momento só nosso.


A Primeira vista pode parecer individualismo, mas não é. As pessoas precisam entender que se não valorizarmos a nós mesmos, outra pessoa também não vai valorizar. Não do modo que merecemos e gostaríamos, muitas vezes. Se de vez em quando a gente não se olhar no espelho, não se aceitar, não questionar as nossas próprias vontades, outra pessoa, por mais esforço e amor que tenha, nunca vai conseguir nos alcançar.


E aí, vamos viver em um paradoxo desgastante e enlouquecedor; Queremos que os outros nos entendam, mas não conseguimos nos compreender. Queremos agradar o outro com nossa presença, mas não suportamos a nossa própria companhia.


Vivemos em busca de amor, mas... Não NOS damos amor algum.


Duas das maiores referências que eu tenho desse assunto, foram tiradas de livros (mas são verídicas); O psiquiatra Roberto Shinyashiki escreveu certa vez, em O poder da Solução, que uma mulher vivia basicamente para cuidar dos outros, sempre preocupada com os irmãos sem dinheiro, os sobrinhos na escola etc. Nunca havia apreciado nenhum detalhe sem deixar de pensar nos outros e como todo mundo que vive assim, muitas vezes abria mão de algum desejo pessoal para realizar os sonhos de outras pessoas. Certo dia foi necessário fazer uma viagem sozinha e ela sentiu medo, porque não estava acostumada a viver desse modo. Foi então que ela começou a olhar para os lados, sentir as coisas, olhar as pessoas que andavam sem se importar pelo fato dela estar sozinha. Pela primeira vez ela escolheu sua rota, sem ninguém para desviá-la disso. Satisfeita, ela foi até uma joalheria próxima e comprou uma aliança; Pela primeira vez em 40 anos, havia assumido um compromisso com ela mesma e suas vontades.


Eu sei que parece história retirada de livro de auto-ajuda, porque de fato é uma história retirada de um livro de auto-ajuda... No entanto, quantas pessoas vivem como essa mulher e quantos se dão o prazer de assumir sua vida, sem ser submissa a alguém, sem confiar sua felicidade nas mãos de outro ser?


Saber ser social e gostar, porque é indiscutível o quanto família e amigos são importantes para nós, é algo completamente natural, saudável, maravilhoso, porém não devemos ficar a espera de alguém que será responsável por nos fazer felizes ou torna-se o centro de nossas vidas (ou as duas coisas).


Nascemos livres e morremos ‘sozinhos’ porque somos capazes de nos cuidar e, principalmente, nos amar – Porque amor próprio nunca será dispensável.



* A segunda referência é, como muitos devem imaginar, a viagem  que a escritora Elisabeth Gilbert fez sozinha, durante um ano. Quer coragem maior do que essa ?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Atitude Rock and roll

Tenho aproveitado um breve período em 'Bel far niente'  para fazer coisas que muito me alegram... Entre elas, ouvir música e aprender um pouco sobre ela, de forma mais ampla. Grande parte do conhecimento adquirido na oficina de percussão Batucadas Brasileiras, da qual eu tenho o maior orgulho em participar. 


No entanto, as minhas primeiras influências musicais foram bem distintas das que eu estou acostumada a assessorar/tocar agora. Eu sou do tempo, por exemplo, em que as pessoas se reuniam no intervalo da escola e cantarolava 10 minutos de Faroeste Caboclo, achando a coisa mais sensacional do mundo; Charlie Brown Junior formava opinião com o trecho 'A Juventude tem que estar a fim / Tem que se unir / O abuso do trabalho infantil, a ignorância / Só faz diminuir a esperança'  e outras bandas eram retrato daquela geração menos acelerada e mais pró ativa, com opinião e conceitos próprios devidamente formados sem tanta influência da mídia e eletrônicos, porque esses ainda não haviam ganhado força. 


Quase todo mundo sabia um pouco da história do rock, suas variações em estilos ( Nacionalmente falando, com a  Jovem guarda e o heavy metal, mundialmente etc. ). As bandas classificadas (ou não, considerando as diversas vertentes como new metal, heavy, emo, indie etc) nesse gênero ainda fazem sucesso até hoje; Blink 182, Green day, Aerosmith, Pearl jam, Evanescence, metállica, System of a down, entre muitas outras - Algumas permanecem boas, outras foram perdendo a qualidade devido, muitas vezes,  ao apelo da mídia em torna - las mais comercial do que moralizadoras, por exemplo. 


No Brasil, podemos citar Pitty, Charlie Brown Jr , Capital Inicial e Skank, embora muita gente discorde em classifica - las nesse gênero.  


Eu já acho que mais importante do que manter a estrutura de formação de antigamente - que limitava uma banda a 4 integrantes, entre vocalista, guitarrista, baixista e baterista - e discutir se é rock ou não, é necessário manter a intenção das letras; Fazer refletir, questionar, motivar, entrar em questões pessoais sim, mas acopladas a pensamentos de interesse mundial, como crescimento, ética, moral, política, educação. 
A música influencia as pessoas e o comportamente, isso é fato. 


Mas o que vemos hoje, são milhares de crianças e adolescentes sem raízes musicais, idolatrando músicos - personagens vestidos de marionetes, com qualidade nula e sem a tão questionada e desvalorizada 'atitude rock'.


Titãs já havia profetizado isso, bastante tempo atrás: 'Somos a melhor banda do mundo dessa semana'. 
E na próxima, tal como aceleração dos objetos eletrônicos que deixam as crianças e jovens eufóricos, cada vez mais distante dos livros e da socialização real, esses estarão cantando outras bandas, sem se aprofundar nas letras, sem viajar em cada estrofe, sem vontade de mudar - se e mudar o mundo, a comunidade, a casa... Serão simplesmente reflexo do capitalismo e dia após dia irão contribuir para o enfraquecimento de um gênero musical que começou em 1950 e que tanto refletiu nossa cultura, hábitos e história. 






*P.S: Minha amiga Ingryd sugeriu que o tema dessa postagem fosse sobre música! Obrigada pela indicação, minha linda! ; )

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ufanismo à brasileira.

Enfim, para o Brasil, a Copa do mundo terminou. No entanto, algumas questões ficaram para análise, seja pessoal ou de interesse coletivo; Como e por que um evento esportivo pode mobilizar um país (mundo?!) inteiro e assuntos como saúde pública, educação etc. tornar – se ainda mais secundário do que já é comum?

Copa do mundo trás para mim lembranças de uma infância em Caxias, com ruas pintadas, banderinhas em todos os cantos, torcida eufórica para ver os jogos, nada muito diferente do que é feito hoje dia. Naquela época, porém, eu só curtia e não tinha uma visão crítica sobre o assunto. Não que eu seja contra; Todos os esportes deveriam tem a mesma proporção da Copa, o mesmo incentivo e visibilidade.  Acredito que aqui no Brasil muitos estão andando em direção a isso; Temos notoriedade no Vôlei, na ginástica, na natação... Mas nada se compara ao consagrado futebol masculino, visto como o melhor do mundo.

A questão é que algumas coisas acabam passando dos limites e os brasilieros precisam aprender a resgatar isso, a dar atenção a questões do dia - a - dia e não só assuntos relacionados a copa, é necesário um cuidado constante com o país e não só a cada 4 anos.  Isso, aliás, é algo que me deixa atônita; O mesmo brasileiro que se pinta de verde e amarelo da cabeça aos pés durante essa época, ao passar todo esse clima, grita que mora na " porra " do Brasil quando ouve a canção de Legião Urbana ( Que país é esse ? ). 

Para mim, pode haver paralisação sim para que todos assistam os jogos; É sempre bom reunir pessoas queridas e compartilhar um momento universal. No entanto, isso deve acontecer sem atrapalhar a economia, as escolas, os hospitais etc. 

As crianças tinham as aulas suspensas por causa do jogo, que exemplo é esse ? Elas já se sentem pressionadas a estudar, são praticamente forçadas a desenvolver um bom desempenho acadêmico e tudo é deixado de lado por causa de um jogo ? E cadê a questão da prioridade, da moral, da educação ?

Nos hospitais, quem deveria definir o que é urgente ou não é o paciente, isso não deve ser discutido e decidido por uma equipe médica, baseada na questão de querer ver o jogo. Adiar cirurgias menores e, segundo eles, sem tanta importância é muito cruel. Não sabemos o quanto aquilo incomoda a pessoa, poxa. O que parece pequeno para nós, nem sempre é tão  superficial para outros, ainda mais tratando -se de doenças.

Minha vó que tem um restaurante aqui em Pedra, fechou nos dois dias em que o jogo foi trasmitido as 11:00, porque certamente o movimento seria fraco. Os clientes entendem, óbvio, porque elas comemoraram com churrascos.. Mas os fornecedores normalmente bateram na porta no dia seguinte; Quem cobra/ vende não quer saber se o lucro entrou ou não existiu.  A economia, as contas não são paralisadas por causa de jogo algum.

Alguns argumentam que mesmo que  houvesse aulas, comércios abertos etc., as pessoas não iriam até eles no momento do jogo. Pode até ser verdade, mas aí a pessoa teria opção de escolha; Nem todo mundo quer se sentir refém desse ufanismo à brasileira. 

Por fim, um alerta que foi um pouco divulgado no twitter hoje - NADA comparado aos tweets relacionados a copa do mundo, vuvuzela, Dunga, jabulani e afins, claro.


" Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo no futebol e o povo ficou triste. É 85º em educação e n há tristeza nisso.Via @LBRN @lianamachado "

domingo, 27 de junho de 2010

Carioca Atlético Clube.




 Bom, pensei em inúmeras maneiras de iniciar esse post, mas a complexidade de falar delas é tanta, que sempre dá medo de perder as palavras e a oportunidades de falar às coisas que eu deveria...


Tenho tido o enorme privilégio de acompanhar a trajetória das guerreiras, que começou a 2 anos. Fundado pela Tica, com apoio de Casa, Dani e Valnei, o carioca contava só 6 meninas jogando; Ingryd, Camilinha, Paloma, Casa, Dani e Tica.


Hoje, o time conta com 20 meninas e mais algumas na fila de espera. Acumula títulos, conquistas profissionais e muitas realizações pessoais.


Eu, como integrante nata da torcida Carioca, segundo a própria presidente, assisto com orgulho a cada vitória merecidamente conquistada por elas. Não só por ter amigas como integrantes e idealizadoras, mas porque o propósito delas é algo a ser levado para a vida inteira; Elas vivem sonhos, batalham dia após dia para conquistá – los, derrubam obstáculos, correm atrás, driblam as dificuldades, vencem os próprios limites.


Fica impossível assistir aos treinos e não sair de lá com vontade de ir pra cima, com garra e força, de todos os nossos objetivos e vencê - los. O espírito de guerreira invade nossa alma de uma forma sensacional e é impossível ficar alheio a tudo isso.


Cada vez mais eu tenho vontade de seguir em frente, encontrar prazer nas coisas que eu faço do mesmo modo que elas encontram quando estão ali disputando um título ou somente brincando; Não faz diferença, o amor a camisa é o que move não o grau de importância da atividade que é exercida.


Dá vontade de crescer cada vez mais, só para sentir o que elas sentem quando vencem um jogo, quando ganham um troféu, quando são ovacionadas pela torcida entusiasmada... E diante de uma derrota, não há cabeça baixa não; Só a promessa de que no próximo jogo será diferente e que sairão, então, como vencedoras, provando as guerreiras que são.


Em um futuro bem próximo, quero adquirir a mesma certeza de que tudo vale à pena, basta acreditar. E sempre, sempre lembrar que é necessário fazer acontecer - Com dignidade, vontade, amor, dedicação, empenho, maturidade. Ninguém precisa de muito para ser a/o melhor. Ninguém precisa de muito para ser Carioca; Basta ACREDITAR.


Então, a equipe do carioca, o meu sincero agradecimento por, diretamente e indiretamente, motivar as minhas decisões e me " mostrar " que eu posso ir além.





quarta-feira, 2 de junho de 2010

Amigos, amigos, companheiros da minha vida.

Todas as vezes que eu paro para pensar em situações, sejam elas boas ou ruins, eu lembro de quem estava presente nesses momentos. Lembro de cada olhar de cumplicidade, que secretamente e marejados, diziam: Estou aqui, pode contar comigo.
Posso sentir o cheirinho das pessoas que me atraiam por conta dele e que ao abraça - las impregnava em mim. Frenquentemente eu os sentia, mesmo distante - ou só em pensamento. Lembro ainda de cada sorriso, cada gargalhada que me tirava do meu mundo ou me colocava em outro, mais feliz e esperançoso. Absorvi cada palavra amiga e jamais as esqueço. Como não lembrar, por exemplo, do meu pedido ao Tiago:

- E quando vocÊ me vê metendo os pés pelas mãos, interfira. "
E a resposta dele: Claro! serei seu cão guia.

Conversas intermináveis noite a fora, Trocas, cumplicidade, carinho, companheirismo. Brigas, porque todo relacionamento tem desentendimentos. Mas, acima de tudo, quando a amizade é verdadeira a compreensão esta acima disso e tudo se resolve.

Cada pedaço meu é composto por cada um dos meus amigos. Busca referÊncias em tudo que me falam, gosto de senti - los e por mais que as vezes eu seja/fique ausente, nunca os esqueço, não deixo de abrça - los com carinho - ou com jeito de urso (rs) - quando os encontro. Penso, mando vibrações positivas, sinto saudades. E saber que eles existem me conforta, mesmo aqui ou há quilometros de distância.

Estou passando por uma fase no qual estou sentindo o quanto é bom e importante ter amigos de verdade. Aqueles que vão chorar ou emprestar o ombro para que vocÊ faça, vão sorrir para te ver sorrir, te abraçar para te confortar, te ver para você não se sentir sozinho, ser feliz para vocÊ se sentir motivado. Sempre soube da importância deles na minha vida, mas agora eu os amo de uma forma diferente, sentindo o espaço que cada um conquistou por suas características, qualidades, defeitos.

Eu os amo sem julgar, os amo porque eles fazem por merecer esse amor. Amo porque eles me conquistam dia após dia e porque me cativam.

Encontro um misto sensacional de sentimento por eles: respeito, carinho, cumplicidade, confiança, lealdade, bondade, ternura, amizade, fidelidade, compreensão, vontade de dialogar, certeza de que os quereo sempre na minha vida, pra sempre.

Vou passar a minha vida toda agradecendo a DEus por tê - los e a eles, por permitirem que eu faça parte do ciclo de amizades e da vida deles.

Aos meus SINCEROS amigos, o meu amor DE VERDADE:

Lilian e Tiago - obrigada pela compreensão, carinho, noites, conversas, viagens;

Rafaela - Menina que encontrei na faculdade e que parecia muito distante. Relutei um pouco até me permitir conhecer, conversar. Ainda bem que apesar da dúvida, fui em frente: Não sai da minha vida nunca, tá ?!

Michel, Gisele e Ricardo - Obrigada pela melhor fase da minha vida; Transição de adolescente para mulher. Obrigada pelos conselhos, trocas, choros, músicas, passeios no pier, planos para a vida e para nós.

Kmiilleth, Tica, Ingrid, Dani, Vivs e Priscila ( irmã). - Desculpem a ausência e obrigada pela sempre presença de vocês. Nunca me deixaram, nunca deixaram de demonstrar carinho e respeito por mim. Amo vocês incondicionalmente. priscila, você ganha um tom ainda mais especial, porque além de amiga, se faz irmã. Obrigada!

Márcia, Dudis e Mara - Amizades tão recentes e ao mesmo tempo tão intensas! I-N-E-X-P-L-I-C-A-V-E-L o tamanho do carinho e respeito que eu aprendi a ter por vocês! Pessoas que me fazem sorrir, me compreendem, me divertem... Como eu já disse, me fazem felizes - mesmo que só em lembraças!

Dinzinho - Desde sempre, né ?! Crescemos juntos, aprendemos juntos, sofremos juntos. Passamos da fase do parquinho e invensão de filmes de ação e chegamos a fase de responsabilidade. Criamos um filme de todos os dias, de nossas vidas. Com direito a vale a penaver de novo, repleto de lembraças. Conta comigo nessa nova fase, a de papai.

PESTE ( RENATA) - Em caps lock mesmo! Quase 12 anos de amizade, diversas fases. Já passamos por todas as provas, só pra ter certeza que a estrutura aqui é INABALÁVEL. Minha melhor amiga PRA SEMPRE.


Por fim, minha família. Esses são meus amigos número um, não importa nossas diferenças. Dou tudo de mim! <3


Feliz sempre por ter cada um de vocês!