segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estereótipos.

Estava com saudades da minha prima e liguei para ela para conversar e tal. O assunto escapou para relacionamentos e de repente ela solta: " Eu não fico com homens feios e pobres, porque me apaixono! " Eu ri e perguntei a ela, então, qual seria o estereótipo de homem perfeito e ela fez a sua descrição - uma simples mistura de Brad Pitt, Leonardo Di Caprio, Fábio Assunção e todos os homens mais lindos da mídia... E, claro, somando a grana de todos eles.

Desde então, eu comecei a refletir sobre essa imagem preconcebida que fazemos de determinada pessoa ( claro que eu copiei essa definição do google, não teria capacidade para escrever uma igual! ).

Já havia confessado isso em conversas com alguns amigos, mas nunca tinha parado para analisar, de fato, o quanto eu carregava esses estereótipos. Criei uma éspecie de " pessoa perfeita " na minha mente e não consegui manter nenhum relacionamento com alguém que não fosse compatível com os meus desejos.

Nunca fui seletiva em termos de beleza, mas analisava cada traço da personalidade. Não podia ser completamente grosso, mas detestava o tipo meloso. Não podia falar alto, ser indiscreto, desestimulado, ciumento demais e nem confiante demais, não podia ser passivo e nem querer dominar tudo o tempo todo, indispensável que fosse completamente compreensível 24 horas/dia entre outras mil qualidades.

Acredito que todo mundo deseja alguém com esses atributos, porque alguns são características de educação e caráter, mas a parte preocupante é que eu não tentava aceitar as pessoas como elas são, não me adaptava ao jeito e ao pensamento delas... Lidar com as diferenças e respeitar a individualidade era crucial para mim. Perdi muita chance e pessoas por não ser tolerante . Completamente paradoxal, porque tolerância era o que eu cobrava o tempo todo...

Bom, o fato é que agora eu acho, finalmente, que consegui me despir desses estereótipos - ainda bem! Percebo o valor de conquistar uma pessoa real e permitir ser conquistada também, sem ficar fantasiando um romance igual ao da Bela e a fera e outros contos de fada que existem por aí. Perfeição existe para ser apreciado em Obras de artes, não para ser caracteristica de alguém. É bom ter atrito, as reconciliações sempre valem a pena!   =P

Decepcionar - se momentâneamente com algo e rir depois, juntos, desejando provocar mais um poquinho só para ver aquela carinha de arrependimento e aquele desejo maroto é a coisa mais gostosa do mundo, só experimenta quem esta livre de qualquer pré -conceito. Permitir - se, eu sempre falei isso mas agora eu vejo realmente como é , com total intensidade.

Considerando os últimos relacionamentos, a minha lista de pessoa ideal seria assim: Homem, claro. Mais alto que eu, lógico. Morando bem próximo porque eu odeio sentir saudade. Tranquilo, que não gostasse de Funk, balada todo esse FDS, Rock pesadão ... Que não fosse tão bonito para eu não ter preocupação e nem tão feio para eu não aguentar zuação ( rs.) Mas que fosse mais ou menos gordinho, porque ter o que apertar é fundamental =D

Enfim, deixei tudo isso cair e... Felizmente, eu sou a pessoa mais satisfeita do mundo ! ;)
Pra que perfeição se a gente pode ter uma pessoa de verdade, com todos os desafios e prazeres que isso implica ?

Quer namorar um principe perfeito ? Pendure um poster do Adan na parede!
Quer ser realmente feliz ? Aceite as pessoas de verdade, sem pensar em manipula-las!

A recompensa é completa: vários beijos carinhosos e braços apertados, brigas com intermináveis reconciliações e risos depois, diversos eu te amo ao longo do dia, saudade que dói, aperta , mas conforta por saber que você tem alguém que pensa em você e sente mesmo, deseja o mesmo, espera pelo mesmo... A sensação é a mais perfeita e doce que existe e eu estou mega feliz por poder apreciá-la!

Por Deus, não quero mais afastar ninguém da minha vida por intolerância ou qualquer outro motivo ruim. Descobrir as pessoas de verdade, e por isso quero cada vez mais os amigos e amor próximos de mim!





( E como diria "Maria Bendita", promessa feita a Deus é promessa jamais desfeita ... )




- Para deixar registrado minha insanidade; eu esqueci completamente o endereço do meu blog! Tive que vasculhar o da Amiga Rafaela para lembrar! Será que é porque fico séculos sem passar por aqui ?! Rs..

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Porque quando os filhos crescem os PAIS dão tanto trabalho ?

Já repararam como quase tudo no mundo esta ao avesso? As relações entre pais e filhos também, venho percebendo isso de uns tempos para cá.

Chego até a pensar que ser filho é uma grande injustiça!

Vejo os pais baterem no peito com orgulho ao ver filhos caminhando sozinhos, crescendo... Ficam emocionados ao lembrar o esforço que fizeram para criar as crianças e vê-los grandinhos.
Como recompensa, eles parecem relaxar e “deixar que a vida os leve”... Ou os filhos!
Pensem: a função de pai e mãe dura uns 18, 21 anos... Após isso, a responsabilidade dos pais é anulada e o papel invertido: os filhos passam a cuidar dos pais por sabe lá quanto tempo, 20, 30, 40 anos... Bem mais que os próprios pais. (A injustiça esta nesse ponto aí e eu descobri que esse é um argumento infalível para usar com os pais que reclamam que gastamos muito o dinheiro deles... Quando eles voltarem a ser crianças em nossas mãos, gastaremos muito mais e por um período muito maior! Vou ensinar isso aos meus primos! o/)

O fato é que eles fazem a gente pagar por cada noite em que saímos escondidos e, principalmente, por cada namorado que escondemos também. Por cada bebida ou cigarro que usamos, por cada ordem que não foi cumprida, ou seja, por cada noite de desespero e centenas de cabelos brancos adquiridos.

E como o objetivo é fazer sentir na mesma intensidade, em conjunto ou não, eles resolvem caprichar; não tomam remédio e não procuram médicos quando estão doentes, não ouvem nossos conselhos em questões amorosas porque se acham – se acham! – grandes demais para isso, não se alimentam como deveriam, fumam sem parar, não atendem telefone quando a gente PRECISA falar com eles – essa é a pior! Por que raios têm celulares então, droga?!

Quando eles saem à noite sem dizer pra onde ou chegam com namorados novos é sempre um desafio difícil de ser superado também. Por que eles não aceitam que os namorados deles passem por uma graaaande análise e aprovação nossa, como eles exigiam? (Injustiça número 2!)

O mais bizzaro é que eles justificam que a implicância com namorados (os nossos) é simplesmente proteção, carinho e cuidado. Quando vem da nossa parte é ciúme, egoísmo etc... (Levando em consideração que eu não sou nem um pouco ciumenta e egoísta, é óbvio que essa é a injustiça número 3!)

O mais interessante é que, analisando os dois lados da moeda – a condição de filhos e pais dos nossos pais – vemos que em tudo, tudo mesmo tem a sua recompensa. Aquela sensação que eu descrevi em um post abaixo, cujo Título é Um tapa de boas vindas, no qual eu digo que às vezes dá vontade de voltar para o útero de nossas mães e nos proteger do mundo e sentir a firmeza nos braços do pai, até isso perde a força. E como se um dado momento maravilhoso os pais retirassem as armaduras para que a gente de fato consiga enxerga-los não como super heróis, mas como pessoas quem possuem fraquezas, sonhos, esperanças, ilusões. Exatamente como nós e que, com toda nossa fantasia infantil e capricho adolescente não percebemos e só passamos a reconhecer quando eles precisam do nosso colo e atenção, assim como fizeram com a gente um dia.

É como se fosse um pacto: eu te ajudo a crescer e você me ajuda a envelhecer com orgulho por ter plantando uma semente e poder agora assistir seus frutos. Se na nossa vida eles são super heróis, na deles nos somos cães guias.

E se é tão bom ter um filho, protegê-lo e vê-lo conquistar o mundo, é ótimo poder retribuir isso dando o nosso melhor para aqueles que nunca mediram esforços para nos ver sorrindo.

E dane-se se eles dão trabalho, né? Também damos e ainda assim eles continuam nos amando - mas eu continuo achando que eles dão muito mais... Enfim, enviarei e-mail a supernanny pedindo auxílio para educá-los! ;)

P.s: Pai, mãe, pode dar o trabalho que for que eu SEMPRE vou querer cuidar de vocês!

P.s²: Eu sou completamente egoísta e ciumenta! Mas ELES não precisam saber disso! =P

P.s³ : Eu nunca atendo o celular quando eles querem falar comigo... Mas isso não interessa também, ELES têm que atender e ponto final!


“... Você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais. São crianças como você, o que você vai ser quando você crescer...” Renato Russo o/

sábado, 22 de agosto de 2009

De Todos os Santos, Encantos e Axé !


Dia 18 fez um mês da viagem à Bahia! o/

Confesso que tenho saudades e muita, mais muita vontade de voltar. E confesso também que eu tinha uma imagem completamente distorcida do lugar antes de ir pra lá...


Primeiro eu imaginava que as ruas lá eram parecidas com uma rua que tem aqui em Pedra de Guaratiba, a " rua do peixe " onde tem diversos restaurantes de fruto do mar ( Dããã, pelo nome imagina - se isso, né ?! ) e aos domingos fica uma feirinha com os pescadores vendendo... frutos do mar! ¬¬ Então, eu jurava que na Bahia tinha uma igual, só que vendendo Acarajé! rss

E, é claro, todas as baianas caracterizadas, axé tocando nas ruas o dia inteiro, rapazes negros e musculosos jogando capoeira nas 50.000 praças que eu imaginava que existia e muito, mais muito terreiros de macumba por todos os lados. E eu não via beleza por lá... queria ir porque imagina ter um clima legal, com pessoas legais.


A decisão de ir foi tão espontânea, como uma pessoa que decide tomar um milkshake de chocolate ao descobrir que o de morango acabou... fui cheia de expectativas, mas ela desmoronou assim que eu sai do avião!


Primeiro: O aeroporto é pequeno, feio, tumultuado... e a parte externa é super parecida com a Central do Brasil... hauhauhauhauhuahua


Segundo: Uma chuva danada e frio, muito frio. ( Detalhe para o TIAGO usando cachecol .. )


Terceiro: Não sei se era minha decepção ou se os vidros estavam embaçados por causa da chuva e frio, mas eu achei as praias mais feias do que o mangue da restinga de Marambaia ( ah depois eu explico onde fica isso! )


O Fato é que antes de chegar no albergue ( ahhhhh, do albergue eu tenho que falar!!!! Quando o Ti veio com a idéia do albergue, na hora eu lembrei do livro O Cortiço , do Aluísio ... eu imaginava e já estava preparada para ficar hospedada em um ! hauhauhaa... ) Enfim, meu primeiro pensamento foi : " se eu estivesse em casa estaria mais feliz! " ; Segundo pensamento : " Só alguém idiota como eu poderia planejar uma viagem assim! " Terceiro: " Paiiii, vem me buscar! "


O meu desespero foi aumentando quando, dentro do táxi, o motorista alertava: " Não andem por tais ruas, não andem arrumados, não usem peças de ouro, cuidado com o celular, não saiam sozinhos a noite , evitem isso, não façam aquilo.... " Eu rindo para não chorar e o Tiago tornando - se o desespero em pessoa. Ah, já ia esquecendo de comentar; antes do entrar no táxi, nós descemos do ônibus e logo vimos uns pivetes cheirando e eles começaram a se aproximar e a gente quase correndo com todas as malas... entramos no táxi querendo sumir dali e o motorista dizendo " é perto, dá para ir andando... " e a gente ia arriscar ???


Quando chegamos no albergue, um outro menino, bem mais educado, veio nos dar as boas vindas com aquelas pulseirinhas do Senhor do Bonfim e vender uns cordões.. ele falou meia duzia de frases perfeitamente decoradas, amarrou as fitinhas e no fim conseguiu o que queria : eu comprei um cordão por R$ 10,00 mesmo sabendo que nunca usaria aquilo.


Entramos no albergue e eu de cara fiquei apaixonada .... mega aconchegante, lindo, arrumadinho, limpinho, pessoas simpáticas, café da manhã ótimo, hospedes de todas as partes do mundo... ( confesso que eu fiquei meio chocadinha, porque eu até fiquei animadinha com a idéia de dormir em um cortiço... já estava preparada para entrar na história de Aluisio, mas... ) amei aquele lugar, apesar da minha cama ser a mais alta do quarto e eu ficar morrendo de medo de subir/descer e cair .


Em seguida nós saimos, fomos jantar no restaurante do Fabrício. Ele é garçon do local e depois virou nosso guia =) Comemos uma comida maravilhosa e ficamos tão satisfeitos que ficamos até o dia seguinte sem sentir fome! rsrss aiai.. que feijão! =P


Depois fomos a boate - choque também, pq praticamente só tinha Tiago e eu quando chegamos. Mas depois ficou tão lotada, mais tão lotada que a gente tinha que dançar no rítmo das pessoas, porque estava todo mundo grudado um no outro. Pois é, a boate era um ovo! Mas linda! Decoração FODA e eles serviam champagne em taça e tudo!


O dia seguinte ( domingo) começou tenso.... primeiro eu acordei ouvindo Daniela Mercury e ao olhar pela janela, ouvi um sotaque baiano e um solzinho... putz! foi aí que a ficha caiu: " caralho, eu tô na Bahia, fera! " Levantei louca e fui correndo acordar Tiago pra gente sair e tal... só que enquanto a gente se preparava o sol resolveu se esconder e a chuva resolveu voltar... conclusão, ficamos a manhã toda na salinha do albergue jogando dominó e espelhados com as almofadas.. ¬¬


Quando a chuva resolveu parar, logo saimos e na porta encontramos o Fabrício! Ele nos levou para conhecer Pelourinho e graças a ele temos tiramos todas as fotos postadas no orkut o/


Foi aí que minha imagem da Bahia começou a mudar... eu não vi Baianas caracterizas, a não ser as que apareceram depois vestidas assim para ganhar dinheiro e a baiana que vendia acarajé e nós pedimos para tirar foto com ela, depois de comprar o treco ( que é horrível, não se iludam...) ; não tinha a tal rua com elas por toda extensão ( que bom, pq um negócio tão ruim não merece essa proporção toda... hahahaha Tá bom, parei! ) e não tinha macumba nas ruas... Fato que em Pedra de Guaratiba tem em todas os cantos, na BAHIA não vi em lugar algum. Só no penúltimo dia descobrimos um Terreiro no final da rua, mas muito discreto. Tudo acontecia lá dentro, ninguém via nada . Detalhe ² : Um casal de turistas ingleses com uma filhinha vestidos completamente caracterizados para ir ao terreiro , em um passo tão lento que parecia filme.



As pessoas foram tão receptivas , as lojinhas são ótimas , compramos presentinhos lindos, os turistas mega fofos... e que clima, que lugar maravilhoso! Que vida perfeita! Rotina no Pelô ?? Jamais, sempre tem algo para fazer!


E o farol da Barra ? Pqp, que lugar perfeito! Não tinha idéia do quão lindo é aquele lugar! As praias são lindas também ( quando eu achei que eram feiras é porque eu estava revoltada com a chuva mesmo e os vidros estavam realmente embaçados )


O fato é que a Bahia deixou saudades e assim que eu tiver uma oportunidade eu volto para curtir, conhecer cada vez mais , esquecer de tudo e aprender um pouco.


Pode parecer exagero, mas em 4 dias eu aprendi a dividir espaço com pessoas completamente desconhecidas, a ser educada com pessoas efusivas demais que querem sempre alguma coisa, não importa o quê - pode ser vender, roubar ... lá tem de tudo. Aprendi na prática que o ditado " não julgue um livro pela capa" é completamente sábio e que passar 21 horas por dia ao lado do melhor amigo é a coisa mais gostosa do mundo =)



Roubando um trechinho da música da Ju Farina e adaptando a situação ; Um dia eu Volto, Bahia, para te ver brilhar! ;)
* Foto: Elevador Lacerda.

domingo, 12 de julho de 2009

Liberdade de (in)expressão.

Com frequência ouço alguém dizer que fulano fala pouco ou quase nada. Torna - se obrigação em uma reunião com amigos/ família, expor idéias, discutir, falar até cansar.

Não expressar - se significa, nesses casos, falta de interesse ou ignorância. Ninguém pára pra pensar na possibilidade de não ser nenhuma das duas alternativas; as vezes não estamos ( sim, eu me incluo nisso.) nos sentindo a vontade para falar sobre determinado assunto ou não temos conhecimento dele, então é mais vantagem calar - se para não falar besteira.

Eu acho importante sim falar o que pensa, porém, mais importante do que isso, é ser verdadeiro naquilo que diz. Discurso com meia dúzia de palavras lindas e nada de sentimento se perdem no meio do caminho. Um olhar ou um sorriso sincero, vale mais do que qualquer palavra dita. Sentimentos valem mais do que isso, fato indiscutível.

Assim como as pessoas escolhem o que vestir, o momento certo de agir etc. , cada um deve ter a liverdade de falar ou não, sempre respeitando nossas vontades.

Por vezes eu me calei quando eu acho que deveria ter dito algo - hoje eu vejo que ter ficado calada naqueles momentos foram fundamentais; primeiro porque eu deveria tomar partido de um ou outro e a consquência disso era de que eu deixaria uma dor ainda maior. Não basta o sofrimento por enfrentar tal situação, as palavras deixam sequelas para sempre.

Em outros momentos, não cabia a mim dizer nada, só aproveitar. De certo, certos momentos são passageiros e não cabe a nenhum de nós estraga - los falando coisas sem sentido... podemos aproveitar, saborear cada acontecimento como único... e mesmo aqueles que não são passageiros, mas são tão especiais que queremos registrar todos os detalhes na memória do nosso coração.

Não desprezo nenhuma conversa que eu tenha tido com as pessoas que eu amo, pelo contrário. Diversas idéias e decisões eu tomei a partir disso e considero que em todos os tipos de relações conversar é fundamental. Mas, algumas das melhores recordações que eu tenho era de quando estava calada, observando algo ou alguém...

Quando eu morava com a minha Vó, eu acordava cedinho todo dia para ir ao terraço, deitar na rede e ficar olhando o mar e sol nascendo. No final da tarde, eu ia ver sol se pôr. Sozinha, quietinha. As vezes eu orava, outras só olhava . Sério, eu cresci de todas as formas aproveitando cada momento assim.

Portanto, me perdoem se eu falo pouco...


- Eu prefiro sentir !

sábado, 4 de julho de 2009

Por toda minha vida.

Nossa, consegui parar para atualizar o blog! Ufa! Semana decisiva, cheia de coisas para acertar e outras para pôr no lugar... Acho que quando tudo isso passar e eu resolver todas as questões (faculdade, tempo, monografia, trabalho etc.) vou chorar muito - de alívio, felicidade.

E entre tantos acontecimentos, alguns momentos eu não podia deixar passar. Não, momentos não, pessoas. Para ser mais exata, amigos. Amigos de verdade. Graças a Deus eu posso citar alguns nomes, uns recentes e outros de infância. Alguns de uma vida inteira; e não é nada projetado não; alguns amigos eu fiz quando eu nasci. De algum jeito, muito feliz, eu consigo mantê - los até hoje.

Dinzinho é o "nome" de um deles... Pessoinha que brincava comigo de criar personagens, histórias e se aventurava subindo pedreiras, como se estivéssemos em um filme de suspense... RSPor vezes passamos um dia inteiro na praça, conversando, trocando confidências, planejando futuro... Tudo isso no balanço, no escorrega, na gangorra... Já esquecemos nossa prima no berço, quando deveríamos tomar conta dela. RSS A gente ficava dançando, imitando Sandy e Júnior, e a criança ficava esquecida no berço, olhando para nós. Só quando ela caia na gargalhada observando nossas babaquices é que a gente lembrava que ela estava lá! RS

Ele mudou muito e me surpreendeu muito também... Todo mundo achava que ele seria rebelde, porque andou por um caminho torto algumas vezes. Mas pessoas boas permanecem assim até o fim, principalmente quando encontramos Deus no meio dessa estrada penosa que é a vida. Eu tenho orgulho dele e do homem maravilhoso que ele se transformou!

Renata, minha amiga conhecida como Peste. Chamamos-nos assim desde que nos conhecemos, há 10 anos. Nossa amizade já passou por alguns conflitos e diversas provações. Desde o dia que eu conheci e até hoje ela é minha melhor amiga, não importa o que aconteça. A gente se entende com o olhar, conversando por horas ou não falando nada. Eu já fui socorrê - La quase de madrugada em Caxias e ela me dá conselhos que eu não esqueço nunca.Temos uma carta guardada que escrevemos quando tínhamos 11 e 14 anos, e vamos abrir quando estivermos com 22 e 25 anos. =)

Tiago Barros... Nossa difícil demais descrevê - lo! Temos toda afinidade, nos parecemos tanto que chega ser estranho! Amigo que eu “ganhei” na faculdade e em pouco tempo tornou - se tão essencial... São tantas conversas maravilhosas durante a madrugada, as melhores saídas a noite, os melhores planos... Ele é outro que me dá muito orgulho, não só por ter passado para UERJ E UFRJ na primeira tentativa, mas porque eu pude acompanhar de perto o amadurecimento dele em diversas questões. Certa vez, quando eu conversava com ele sobre as minhas relações amorosas frustradas ( Rs.) eu pedi: " Vou tentar ter mais controle, ser mais firme nas minha decisões. E quando você vê que eu estou me enganando de novo e metendo os pés pelas mãos, você briga comigo. " E ele, com o carinho de sempre, respondeu: " Serei seu cão guia. "

O mais engraçado é quando a primeira vista a pessoa nos dá medo! Lança aquele olhar fuzilador , passa sem nem nos notar... e em um dia fatídico, simplesmente as coisas mudam. Tudo por causa de uma Labirintite e uma coca - cola. Assim eu conheci , KEILA ALVES. Minha super, minha amiga, minha irmã, minha mãe. Minha pessoa insubstituível!

Aquela que sempre tem uma palavra amiga, de fé. Aquela que nos aproxima de DEUS e das coisas mais sensatas da vida. Chega sempre com aquele sorriso lindo e aquele abraço protetor, disposta a judar. Sem falar naquela gargalhada gostosa que deixa qualquer um surdo. Rss

Um dia, do nada, ela disse: "Conversei sobre você ontem com amigo meu... Disse a ele que eu não imagino esse prédio aqui sem você, assim como eu não imaginava Niterói sem Fernanda (...) Eu estou mais feliz agora e você faz parte disso! Você me ajudou muito! "

Na hora eu me emocionei, mas guardei só pra mim... quando a deixei no ônibus e fui pegar o meu, respondi em forma de SMS: " Sabe de uma coisa ? Também não imagino Rio comprido, minha vida e meu ciclo de amigos sem você, mami! Nossa amizade me faz mais feliz! Te amo, minha super amiga! "

Mais tarde, ela disse: " Se cada vez que eu tivesse labirintite eu ganhasse uma amiga igual a você, eu estaria feliz. "

Ah, pessoa, amo você demais!

Enfim, eu queria homenagear algumas pessoas importantes, mas eu descobri ( ainda bem! ) que eu gastaria um espaço enorme aqui e ainda assim não ia conseguir falar tudo que eu sinto por cada um... destquei esses porque marcaram muito e/ou porque estão muito presentes no meu dia a dia.

Entretanto, não posso deixar de citar; Márcia, a menina que chegou do nada e me conquistou do nada - hum, confesso que teve um motivo forte ( ela cantar RBD!) hauhauahuhua Brincadeira, amiga! XD

Inaiara, minha menina fofa e especial ; Dani, Rosa, Bruna e Dudu, companheiros de trabalho e noites, pessoas que me fazem bem e tornam meus dias mais felizes; Lilian, que eu conheci através do Tiago e já faz parte da minha vida. Torço muito, amo muito! Minhas melhores lembranças trazem você, linda! E UFRJ vai ser sua, pode acreditar!

Dani, Casa , Tica, Sabrina, Kmilleth, Paula... pqp, que saudade de vocêS!
Luiz Paulo, o que seria de mim em 2005 sem você, naquela escola nova, tudo nova e eu completamente perdida ?? Obrigada pelo carinho, atenção e desenhos! Te amo!

Kado, Gisele, Michel... amigos pra vida toda, não importa a distância. Aprendemos que amizade sempre rola comunicação e , acima de tudo, compreensão... e assim sempre será! Para sempre.

PRISCILINHHAAA! Minha irmã, meu anjinho, te amo demais! Pode contar comigo para o que der e vier!

Rafaela, outro presentinho da faculdade! Minha amiga poeta e linda.

Vivs; nunca vou te esquecer! Obrigada por ter chorado comigo muitas vezes e, minutos depois, me feito sorrir. Obrigada por ser minha amiga mesmo eu não podendo estar sempre com você.


Obrigada, pessoas, por vocês existirem ! Amo muito cada uma das pessoas que estão aqui - e outras que não estão, mas que eu também quero sempre por perto! Beijos mil!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Avesso

Cada vez que eu observo o comportamento das pessoas, mais eu sinto medo - e pena - delas. Incrível, mas desde terça feira eu não consigo parar de chorar, parece uma fonte que não seca nunca.

Eu estava no ôNibus neste dia e presenciei uma cena horrível... em algum ponto da Tijuca, não recordo qual, uma mulher entra no 233 e tenta passar o seu rio card. Com defeito, a passagem dela é impedida e o motorista, com voz de autoridade, pede para que ela desça do ôNibus. A mulher tenta se justificar, enquanto ele, olhando para frente, continua mandando ela sair. Sem alternativa, a mulher começa a procurar algum dinheiro na bolsa e no bolso, sem sucesso. Nessa hora, eu olhei para as mãos dela e percebi que ela utilizava um rio card especial e segurava com força um vidro de remédios, que parecia tranquilizantes.

Minha cabeça rodou por uns segundos, senti uma dor no peito... eu presencio algo parecido quase diaramente, na hora me sensibilizei por ela. Aos pantos, ela começou a gritar, falar olhando para câmera no ônibus e dizia que não ia descer... o motorista então desligou o motor e disse que não ia sair enquanto ela não se retirasse. Nessa hora, alguns passageiros se ofereceram para pagar a passagem dela e ela pode, finalmemente, passar pela roleta. De tão abalada, ela chorou descontroladamente o caminho inteiro e desceu com as mãos no rosto, como se estivesse com vergonha.

Vergonha deveria ter sentido o motorista, por fazer com que ela passasse por esse constrangimento todo. Entendo a posição dele; ele teria que pagar a passagem dela, levaria bronca e blábláblá... mas acho que as vezes vale a pena abrir mão de R$ 2,20 ainda que só por solidariedade.

Qualquer um pode ter familiares/amigos/namorados problemáticos, que por circunstâncias da vida acabam tendo que recorrer a remédios, devido a surtos psicóticos. Enquanto todo mundo abaixar a cabeça e ignorar pessoas que sofrem de depressão, sindrome do pânico, esquizofrenia ou seja lá qual for o disturbío, sempre haverá alguém que vai sofrer consequências drásticas com isso.

O problema das pessoas está simplesmete em elas não acreditar que pode acontecer com elas, em seus lares. As pessoas se protegem de tal forma, tornam -se tão centradas em seus mundinhos de merda que parece que elas foram vacinadas contra todos os problemas do mundo. Só sentem quando são afetadas diretamente com isso.

O fato é que eu acho que eu não preciso conhecer alguém com distúrbios para assim, então, tentar ajudá - las. Não é necessário ser homossexual para, dessa forma, respeitar quem se relaciona com pessoas do mesmo sexo. Não preciso ser negra para entender que eu devo tratar da mesma forma.

Além do mais, as formas de loucura são muito relativas; eu mesmo as vezes teho surtos, quero jogar o computador de trabalho na cara do supervisor e mandar todos os clientes para a pqp... me estresso, choro, chego em casa como se estivesse carregando 14 crianças em cada ombro... e quando eu obesrvo pessoas dadas como " loucas" , eu vejo que elas trasnmitem paz no olhar, estão sempre voando e o momento de descontrole dura só por um momento. Elas são incapazes de fazer o mal, enquanto nós manipulamos pessoas e sentimentos o tempo inteiro. Brigamos, provocamos, criamos e alimentamos problemas. E, no fim de tudo, ainda somos considerados normais e descriminamos pessoas que agem diferente disso. É, o mundo esta mesmo do Avesso.



" E aqueles que foram vistos dançando, forma julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música "

sábado, 23 de maio de 2009

Namorofobia.

Não sei se acontece com todo mundo, mas toda vez que eu tento ignorar algo que me incomoda, a vida vem e me provoca, colocando esses fatos diante de mim o tempo todo!

Está se aproximando o dia dos namorados e eu odeio essa data. - Sério, odeio mesmo. Assim como as mães, não acho que os casais precisem de um dia específico para demonstrar o que sentem, brindar paixão... isso deve ser feito todos os dias e, se fosse, muitos relacionamentos não seriam desfeitos tão rápidos... Fora que dá presentes torna - se obrigação, a " prova " viva do amor!

Eu sempre questionei isso e uma certa pessoa no qual eu namorei achava minha atitude " fria e insensível ". Eu nunca dei presente de dia dos namorados, tampouco morria de alegria quando eu recebia um... ficava muito mais emocionada quando o presente surgia em um dia quaqluer, sem uma comemoração específica... fala sério, não sou tão insensível assim... sou ?!

O Fato é que eu descobrir que eu não odeio o dia dos namorados coisa nenhuma. Descobri isso quando eu comecei a sentir falta de alguém para passar o dia comigo, combinar de ir naqueles restaurantes lotados, cheios de casais melosos se beijando e abraçando o tempo inteiro... fiquei com vontade de ir até aquelas lojas enormes e apertadas, amontoadas por um monte de bichos de pelúcia e perder tempo, escolhendo presente... Certo, eu sei que é completamente paradoxal e eu fiquei em choque quando descobri isso. Mas, como eu falei anteriormente, eu não odeio o dia dos namorados... eu odeio OS NAMORADOS.

Tá bom, vou reformular para chocar menos: compromissos me assustam. Imaginar que eu vou ter que ceder a diversas coisas em nome do bem estar de uma relação, cuidar e me dedicar a alguém, discutir relação, reconciliar, me dá preguiça e, as vezes, repugnação.

Não me dá medo conhecer as pessoas, mas ver no que elas se tranformam depois... cada dia que passa torna -se mais difícil manter um namoro, as pessoas estão cada vez mais imprevisíveis, nunca sabemos em quem podemos confirar, o que podemos esperar delas... por diversas vezes eu desisti de um namoro no meio do caminho, por não saber como lidar com isso.

Algumas vezes eu cheguei a gostar, me apaixonar... fantasiava, me exibia, lançava olhares... quando eu conseguia, perdia o encanto na primeira briga, quando eu percebia que nenhum relacionamento é igual aos contos de fada que eu costumo ver. As pessoas são reais e elas magoam. E saem magoadas também. Por vezes eu tentei ficar e resgatar aquela sensação de início, mas nunca dava certo.

As vezes era o inverso; a pessoa gostava e eu não estava nem aí. Enquanto eu desejava distância a pessoa implorava um beijo. Eu ignorava e depois me sentia mal por isso. As vezes eu dava uma chance e o arrependimento era muito maior depois. Ou então eu me apaixonava, morria de amores, fazia poemas, chorava... e só conseguia ainda mais desprezo.

Acho que eu já descobri o que me motiva a agir assim: preguiça. Preguiça das pessoas, do mundo, dos sentimentos que sempre se repetem. Não consigo nem mais pensar em mais uma desilusão, não consigo imaginar ter mais uma pessoa para amar e, de repente, ser mais uma no qual eu eu vou perder... Eu sei que pensar é assim é quase assumir um fracasso antes mesmo de ve - lo dar certo, mas quase todas as relações que eu vejo são assim... posso citar até livros, por exemplo: Inimigos, uma história de amor de Isaac Singer e Do Amor e Outros Demônios, do Garcia Marquez ... o amor nunca aparece como um aliado, mas sempre como um tormento, algo que machuca, distante da felicidade que todo mundo busca encontrar.

Nas relações reais, não é muito diferente disso... todo mundo manipula suas relações, seja com infidelidade, brigas por bobagem, competição... um querendo ser melhor do que o outros ao invés de construir junto.

Sei que eu não quero um namoro assim e acredito que eu mereço algo bem diferente disso. Como diz a minha amiga, é necessário esperar, já que não se pode fazer nada. Entregar nas mãos de Deus, deixar que Ele cumpra todas as promessas e cuidar de si mesma, da auto estima, da vida, dos planos. Preparar - se para realmente merecer algo melhor.

Eu não estou ansiosa ( ou não estava!)... na verdade só parei para fazer essa reflexão devido aos afrontos que eu venho recebendo! Exemplos: TODOS os meus amigos estão namorando. Alguns marcaram de sair no dia 12/06, a maldita data... um encontro romântico entre casais, sabe ? E eles me chamaram. Só que TODOS eles SABEM que eu estou solteira, portanto... no mínimo eu devo ter cara de vela ! Faltou só eles pedirem para eu ir caracterizada, vestida toda de branco.

Depois, andando pela rua eu vi um casal de idosos de mãos dadas... lindo, lindo! Será que eu consigo encontrar alguém para dividir a minha vida inteira ? ai, ai ...

Escrevendo isso , eu lembrei de um post no antigo blog... resumidamente explica tudo... " Isso acontece a todo tempo, é q nem a chuva cair...Todo mundo tem um sonho a seguir, e uma personalidade q dizia ela o que fazere cada uma é diferente da outra (...)Tanto os sonhos quanto as personalidades .A chance de encontrar dois compatíveis , dois sonhos e personalidades , é mínimadepende de um imenso esforço e montanhas de perseverança , boa vontade etc.Mas não é q tem gente q consegue ?!Ou vc acha q converter a fera foi fácil?Entenda a história como a vida inteira... Não vai haver uma única oportunidade assim como não houve uma única palavra da bela q fizesse efeito sozinho... "

sábado, 2 de maio de 2009

Desapego.

Estava tentando arrumar minhas gavetas quando, mais uma vez, me distrai com pensamentos... foi só por segundos, mas eu fiz uma viagem maravilhosa para dentro de mim, das minhas lembranças, tristezas e alegrias. Lembrei que tem tudo a ver com um livro que eu li recentemente, recomendação da minha amiga - poeta Rafaela; Magnólia, o livro, fala exatamente das reflexões diante de uma gaveta e nos remete a uma busca interior interessante e desafiante.

Junto dele, eu lembrei de um texto igualmente lindo que eu encontrei por acaso na internet, e na qual eu desconheço o autor ( infelizmente! ) Chama - se desapego - e essa palavra tem tomado uma proporção gigantesca em diversos aspectos da minha vida ...

Eu precisava limpar um pouco a sujeira do meu armário, tirar os papeis desnecessários, me desfazer de cadernos que eu não utilizo mais... encontrei coisas que eu nem lembrava que tinha, desde anotações a matérias de escola, revistas com assuntos que não me interessam mais... e eu fui separando ( ou tentando!) para me desfazer de tudo que eu não preciso. Mas eu já precisei. É estranho pensar que eu olho para essas coisas com indferença hoje, e que no passado tiveram tanta importância. É como se eu estivesse me desfazendo de sentimentos e emoções que foram os degraus para que eu construisse minha personalidade hoje. Cada anotação que eu encontrava eu recordava do momento que eu tinha feito, cada revista que eu (re) lia, me fazia lembrar dos motivos que me levaram a comprá - la... essa nostalgia é tão gostosa, trás uma saudade indescritível! E o melhor: conforta! Eu lembro que em muitos momentos eu estava triste, mas passou... todos os problemas no passado soam tão desinteressantes agora... e daqui a 5 anos, quando eu estiver novamente limpando meus armários, terei a mesma sensação. ( Que assim seja! )

E por que é tão difícil jogar fora as lembraças concretas se as temos aqui, registradas em nossas memórias, nossos corações ? Sem querer, acabamos fazendo isso com nossas vidas. Vamos acumulando um monte de informações, mágoas, medos, angustias e outros sentimentos desnecessários em nossos armários internos e mesmo quando estão amontoados de poeiras e sem espaço para registrar novas experiências, não conseguimos abandoná - los.

A dor é tão presente, queremos tanto que ela permaneça ao nosso lado que nem sentimos mais. Só quando remexemos é que vamos descobrir que ela ainda sangra, porque não permitimos que ela cicatrizasse. É mais fácil acomodá - la num canto escuro e seguro do que encará - la de sempre. É melhor afogar as mágoas em bebidas do que coloca- las para fora em forma de lágrimas e nos afogar em nosso próprio desespero. É mais fácil fingir que somos felizes do que assumir - mos tudo que faz doer. A vida é um palco e nós, eternos atores com um roteiro perdido em mãos.

A grande verdade é que todos nos temos vocação para tristeza; é mais fácil produzir com ela, grandes poesias e músicas foram construidas assim . É mais fácil assumir nossas fraquezas do que entrar na loucura do mundo de garras e dentes para mostrar nosso valor e conquistar um lugar ao sol. É mais fácil fazer as pessoas acreditarem que somos fracos para que elas possam sempre nos estender a mão e nos proteger.

Até que chega o grande momento; a gente se sente mal com tanta poeira, perdemos espaço e temos ainda muita coisa para guardar. É preciso abrir uma brecha. E aí vemos que fomos preenchendo espaço com coisas que, definitamente não mereciam valor. Mas a gente jura que tem importância.

São amores que não nos correspondem, beijos que não gostamos, amor que não dá prazer, amizades que não são verdadeiras, baladas que não valem a pena, livros desinteressantes, lembranças que poderiam ser queimadas.

Ter coragem para nos libertar disso é fundamental; encarar cada fanstamas da alma é um desafio gigante, uma questão de liberdade sem igual. É preciso materializar cada lixo, olhá - lo no fundo dos olhos e se despedir, jogá - lo nos abismo para que nunca mais volte a nos perturbar. Dar Tchau para o passado e sim para o futuro, para a vida.

Eu acho que tenho dado grandes passos em busca disso. Me sinto muito mais leve, mais madura e a mudança é visível para as pessoas que verdadeiramente me conhecem. Algumas já me disseram: " Vc está mais adulta, mais firme! " E eu fiquei feliz por isso porque a imagem infantil que mantinha era uma fuga, por que eu tinha medo de crescer, de encarar a mundo de frente, de fazer parte dele. Criei meu mundinho particular e ninguém podia ousar entrar. Só que esse mundo foi ficando pequeno, eu queria dividi - lo com as pessoas que eu amo. Mas como, não tinha mais espaço ...

Bom, vou divídi - lo assim: na gaveta um, a mais alta, fica minha base, meu alicerce: minha família amada, os primeiros amores eternos que eu conquistei. Na gaveta dois, os meus amigos - irmãos e meu eterno agradecimento pela força, carinho, risadas, momentos compartilhados e pra sempre recordados. Na terceira gaveta, meus colegas do dia - a - dia que me fazem rir e me levam para as melhores noites, becos e buracos de todos os cantos. Na quarta gaveta, o amor que eu ainda espero encontrar. Na quinta, as melhores lembranças, as mais gostosas fantasias, os mais bonitos planos, as mais lindas flores e as melhores poesias.


Pronto, está tudo arrumado agora. Pode entrar quem quiser. [ Só não vale bagunçar tudo de novo, por favor! ]




Escrito em 26.04.2009 - 04:30 da manhã.

Um tapa de boas vindas !

A Vida é mesmo engraçada, né ? A gente pensa que conhece tudo, que já passamos por diversas experiências, aprendemos e amadurecemos ... enfrentamos tempestades, choramos, sofremos e quando achamos que finalmente vamos encostar, aproveitar o sol e descansar na areia, lá vem uma outra onda e leva tudo... Tudo mesmo. E o que sobra? Um monte de areia por todos os lados - incomodando, machucando mais pouco. Sabe quando vamos a praia e forma um bolo de areia dentro do biquini que logo encontra partes que não deveria e incomoda pra caramba ? Pois é, a sensação é parecida mas com uma desvantagem: lavar e dá uma " sacudidinha " não é o suficiente para tirar toda a sujeira e limpar todo o incomodo...

Hoje durante todo o percurso Trabalho - casa uma pergunta não saia do meu pensamento: " O que fazer ? Deus, por favor, o que fazer ? " Nada parece fazer sentindo, a vida está uma bagunça e todos os planos frustrados. Dói pensar desse jeito, dói assistir essa novela mais uma vez e em determinado momento descobrir que você é a atriz principal. Esse discurso de que " nada está dando certo... " esta tão manjado que as vezes eu sinto vergonha de expor. É tão mais fácil manipular a dor , fingindo que nada está acontecendo ... e lá se vão baladas, bebidas, uma alegria tão forçada que desmancha antes da noite terminar, junto com a maquiagem.

Eu sei que tudo passa e que no fim, tudo dar certo. E precisa dá! Eu tenho paciência para aguardar todos os próprositos reservados a mim - e eu sei e creio que existam, sim! Só que não é tão fácil aguardar ... acho que quem só espera está, na verdade, buscando uma válvula de escape. Lógico que é mais cômodo acreditar que Deus reservou felicidades e benções e que receberemos isso um dia. Um dia, sabe lá quando. Não duvido da palavra Dele, só que eu vivo num mundo tão real e que todos os dias me magoa um pouco... não dá para fingir que a espera é como deitar em uma nuvem e sentir a brisa suave. E quem dera que fosse assim!

Nessas horas dá uma vontade danada de voltar para o útero da minha mãe... imagina, morar em um local quietinho, quentinho, alheio a tudo que acontece ao redor ... recebendo o alimento essêncial para viver e se desenvolver .. e só. Depois a gente nasce, essa é a primeira injustiça que acontece. Sem nem nos perguntar, alguém nos tira do nosso aconchego e ainda dá um tapa em nossas bundas - o que, traduzindo, significa: " ah, otário! se ferra aqui! " e sem piedade alguma, nos faz chorar! Pior : ainda tem uns palhaços que, de deboche ( só pode ser!) ainda diz: " que bonitinho!" Passado o trauma inicial, as coisas melhoram e muito! Vamos para nosso bercinho, somos paparicados o tempo todo, andamos no colo, todo mundo quer proteger e promete amar ... e a gente cresce achando que o mundo é perfeito, que nossa vida sempre será perfeita, que teremos sempre o leite da mamãe, as mãos firmes do papai, o colo e a comida gostosa da vovó ... A gente vai para a escolinha e se realiza... meu Deus, o que são todas aquelas crianças para brincar ? E as massinhas, os lanches, as músicas, a carinha pintada de indío... a gente pode correr, pular, se machucar ... tudo é festa e todo mundo acha lindo. Ae crescemos mais um pouco e as preocupações começam: " Poxa, tirei nota baixa em matemática, mamãe vai brigar " ou " acho que comi muito bolo de chocolate, vou ter dor de barriga ... " e alguém nos pede ( ou obriga mesmo!) a estudar e a gente recupera a nota ruim no boletim. Quando a dor de barriga um remédio resolve. Pronto, as coisas são tão fáceis !

Começa a idade de se apaixonar... " huumm, o menino de olhos verdes está olhando para mim! " Sorrisinhos daqui, mãozinhas dadas ali ... rostinho vermelho, um beijinho tímido no rosto... e a gente jura que vai casar e que ele será o principe que vai nos libertar dos castigos dos pais e nos levar para o castelo de sonhos, igualzinho do filme A Bela e a Fera.

A gente cresce mais um pouco e, no caso das meninas, uma coisa vermelha começa a sair todos os meses, sem que a gente possa controlar. É a chegada da quase - maturidade forçada. Se você brinca de boneca, zombam de você ; " Você não é mais criança! " Mas se você tenta fazer uma boneca ... ihhh, o bicho pega! Quem entende ? Acho que é a partir daí que a compreensão do mundo começa a ficar complicada ...

E depois de tanta ilusão a gente descobre que o manto que nos protegia na infância morreu com ela, que a mamãe não tem mais leite e que os braços do papai estão cansados e distantes... que o menininho de olhos verdes tornou - se o tarado que na primeira oportunidade vai leva -la para sabe-lá -onde e fazer todo- mundo- sabe - o - quê. E depois ? " Valeu, Foi bom, adeus! " E salve, salve chiclete com banana!

E quando você sentar para chorar alguém vai olhar e com um sorriso sarcástico, ainda que escondido no fundo da alma, vai dizer: " calma, a vida é mesmo assim. " E assim, exatamente assim, a gente aprende que não há nada que a gente possa fazer a não ser ... aprender na marra que nada pode ser feito e ponto final. Vamos viver que nem camelos no deserto que trabalham e não tem direito a descanso e não encontram água para se satisfazer e uma sombra para repousar. Mas a vida é mesmo assim. Quem foi disse que seria diferente ? Aquele que bateu na nossa bunda ?


Escrito em 22.04.2009