domingo, 12 de julho de 2009

Liberdade de (in)expressão.

Com frequência ouço alguém dizer que fulano fala pouco ou quase nada. Torna - se obrigação em uma reunião com amigos/ família, expor idéias, discutir, falar até cansar.

Não expressar - se significa, nesses casos, falta de interesse ou ignorância. Ninguém pára pra pensar na possibilidade de não ser nenhuma das duas alternativas; as vezes não estamos ( sim, eu me incluo nisso.) nos sentindo a vontade para falar sobre determinado assunto ou não temos conhecimento dele, então é mais vantagem calar - se para não falar besteira.

Eu acho importante sim falar o que pensa, porém, mais importante do que isso, é ser verdadeiro naquilo que diz. Discurso com meia dúzia de palavras lindas e nada de sentimento se perdem no meio do caminho. Um olhar ou um sorriso sincero, vale mais do que qualquer palavra dita. Sentimentos valem mais do que isso, fato indiscutível.

Assim como as pessoas escolhem o que vestir, o momento certo de agir etc. , cada um deve ter a liverdade de falar ou não, sempre respeitando nossas vontades.

Por vezes eu me calei quando eu acho que deveria ter dito algo - hoje eu vejo que ter ficado calada naqueles momentos foram fundamentais; primeiro porque eu deveria tomar partido de um ou outro e a consquência disso era de que eu deixaria uma dor ainda maior. Não basta o sofrimento por enfrentar tal situação, as palavras deixam sequelas para sempre.

Em outros momentos, não cabia a mim dizer nada, só aproveitar. De certo, certos momentos são passageiros e não cabe a nenhum de nós estraga - los falando coisas sem sentido... podemos aproveitar, saborear cada acontecimento como único... e mesmo aqueles que não são passageiros, mas são tão especiais que queremos registrar todos os detalhes na memória do nosso coração.

Não desprezo nenhuma conversa que eu tenha tido com as pessoas que eu amo, pelo contrário. Diversas idéias e decisões eu tomei a partir disso e considero que em todos os tipos de relações conversar é fundamental. Mas, algumas das melhores recordações que eu tenho era de quando estava calada, observando algo ou alguém...

Quando eu morava com a minha Vó, eu acordava cedinho todo dia para ir ao terraço, deitar na rede e ficar olhando o mar e sol nascendo. No final da tarde, eu ia ver sol se pôr. Sozinha, quietinha. As vezes eu orava, outras só olhava . Sério, eu cresci de todas as formas aproveitando cada momento assim.

Portanto, me perdoem se eu falo pouco...


- Eu prefiro sentir !