terça-feira, 31 de agosto de 2010

Atitude Rock and roll

Tenho aproveitado um breve período em 'Bel far niente'  para fazer coisas que muito me alegram... Entre elas, ouvir música e aprender um pouco sobre ela, de forma mais ampla. Grande parte do conhecimento adquirido na oficina de percussão Batucadas Brasileiras, da qual eu tenho o maior orgulho em participar. 


No entanto, as minhas primeiras influências musicais foram bem distintas das que eu estou acostumada a assessorar/tocar agora. Eu sou do tempo, por exemplo, em que as pessoas se reuniam no intervalo da escola e cantarolava 10 minutos de Faroeste Caboclo, achando a coisa mais sensacional do mundo; Charlie Brown Junior formava opinião com o trecho 'A Juventude tem que estar a fim / Tem que se unir / O abuso do trabalho infantil, a ignorância / Só faz diminuir a esperança'  e outras bandas eram retrato daquela geração menos acelerada e mais pró ativa, com opinião e conceitos próprios devidamente formados sem tanta influência da mídia e eletrônicos, porque esses ainda não haviam ganhado força. 


Quase todo mundo sabia um pouco da história do rock, suas variações em estilos ( Nacionalmente falando, com a  Jovem guarda e o heavy metal, mundialmente etc. ). As bandas classificadas (ou não, considerando as diversas vertentes como new metal, heavy, emo, indie etc) nesse gênero ainda fazem sucesso até hoje; Blink 182, Green day, Aerosmith, Pearl jam, Evanescence, metállica, System of a down, entre muitas outras - Algumas permanecem boas, outras foram perdendo a qualidade devido, muitas vezes,  ao apelo da mídia em torna - las mais comercial do que moralizadoras, por exemplo. 


No Brasil, podemos citar Pitty, Charlie Brown Jr , Capital Inicial e Skank, embora muita gente discorde em classifica - las nesse gênero.  


Eu já acho que mais importante do que manter a estrutura de formação de antigamente - que limitava uma banda a 4 integrantes, entre vocalista, guitarrista, baixista e baterista - e discutir se é rock ou não, é necessário manter a intenção das letras; Fazer refletir, questionar, motivar, entrar em questões pessoais sim, mas acopladas a pensamentos de interesse mundial, como crescimento, ética, moral, política, educação. 
A música influencia as pessoas e o comportamente, isso é fato. 


Mas o que vemos hoje, são milhares de crianças e adolescentes sem raízes musicais, idolatrando músicos - personagens vestidos de marionetes, com qualidade nula e sem a tão questionada e desvalorizada 'atitude rock'.


Titãs já havia profetizado isso, bastante tempo atrás: 'Somos a melhor banda do mundo dessa semana'. 
E na próxima, tal como aceleração dos objetos eletrônicos que deixam as crianças e jovens eufóricos, cada vez mais distante dos livros e da socialização real, esses estarão cantando outras bandas, sem se aprofundar nas letras, sem viajar em cada estrofe, sem vontade de mudar - se e mudar o mundo, a comunidade, a casa... Serão simplesmente reflexo do capitalismo e dia após dia irão contribuir para o enfraquecimento de um gênero musical que começou em 1950 e que tanto refletiu nossa cultura, hábitos e história. 






*P.S: Minha amiga Ingryd sugeriu que o tema dessa postagem fosse sobre música! Obrigada pela indicação, minha linda! ; )