segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Truques da Vida

Apenas sete dias de muita reflexão e alguns acontecimentos foram o suficiente para eu perceber que se eu não me despir de certos medos, vai ser difícil enfrentar mais um ano que parece ter sido “encomendado” exatamente para me testar.

Eu já falei e escrevi diversas vezes que eu não gosto da sensação de estar perdendo o controle. De fato, agora eu sinto que não estou. Desde que eu ouvi uns conselhos de que a impulsividade, característica nata minha, é a grande responsável por algumas catástrofes, tenho tido mais cautela na hora de decidir e prosseguir com algumas coisas. Com algumas. Geralmente aquelas onde não é necessário colocar nenhuma gota de sentimento...

Eu sei que “eu devia ouvir meus amigos e tentar ser indiferente, dizem que a indiferença é o que mata de verdade” para frisando uma música de Ruanitas, mas nesse momento eu estou mais para Juliana Farina; “E eu sentir medo de você / Medo de te perder /Ao ponto de esquecer até de mim / E eu sentir medo de voar / Medo de te amar / Depois saber que isso tenha um fim.”

Por mais que eu não esteja vivendo a música, eu conheço bem essa sensação... E ter medo do medo, embora a sensação de impotência seja mil vezes pior, chega bem próximo do desespero, da estagnação, da disperção.

Eu tenho refletido isso desde que eu li um texto da Márcia Tiburi, por indicação da minha amiga Rafaela, no qual falava justamente disso – O medo do medo. Relembrei certos acontecimentos, meus e de pessoas próximas a mim, e vi que é tão comum, que nem sabemos que lidamos com isso.

Muitas vezes deixamos de falar ou demonstrar algo por medo da repercussão disso, da falta de compreensão das pessoas, das consquências que teremos que enfrentar... Mas quando não falamos estamos sempre fadados a nos arrepender.

Mas não falar é apenas um primeiro sinal. As vezes deixamos de agir, manipulamos certas situções e evitamos que as coisas aconteçam por não saber como lidar com o depois.

As vezes, simplesmente deixar rolar não esta nos planos... É difícil contentar-se com o superficial quando já experimentamos a profundidade das coisas. E lidar com a instabilidade, principalmente das pessoas, acaba nos jogando nesse abismo do medo.

O medo de perder o controle;

O medo de se decepcionar;

O medo de não ser correspondido;

O medo de ser correspondido e ter que mudar os planos, adaptar-se ao novo;

O medo de mudar os planos, se adaptar e perder;

Recomeçar da medo...

As pessoas são como fanstamas e assombram o pensamento com julgamentos, críticas, opiniões, sarcasmo, intolerância, egoísmo, vaidade... Se já esta difícil lidar com o próprio “eu”, com os outros, então... Dá medo.

O discurso final de post como esse sempre termina com um “é necessário vencer os medos, encara-los...” O problema é que na prática as coisas não funcionam como gostaríamos e isso dá...

Pensando, as vezes tentando não pensar tanto assim, ora eu deixo que o tempo ajeite tudo e ora eu tento mudar a minha percepção sobre as coisas. A segunda opção é que mais faz ter coragem para encarar tudo e mudar alguma atitude ( ou falta dela) que tenha provocado decepção e mágoa em mim (e em alguém).

Uma das lições que eu aprendi e tento aplicar na minha vida é que “Só perde quem não corre atrás, quem não joga o jogo por ter medo de errar.” Foi a Sandy que “ensinou” isso, na música dela “Quem eu sou”. =)



"Nunca tive medo de me mostrar. Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes. Mas você ta vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho." (Cazuza)



* Truques da Vida, do título, é também o nome da música da Juliana Farina que eu citei.

Um comentário:

  1. Feliz por ver a citação da música Truques da vida... belo texto, parabéns !

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